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Algarve. Tratamentos a doentes com cancro estão a ser feitos em Sevilha

Para tentar reverter a situação, a Associação Oncológica e o Movimento em Defesa dos Doentes com Cancro do Algarve foram ouvidos, esta quarta-feira, na Comissão parlamentar de Saúde sobre o envio de doentes para Sevilha para receberem tratamentos de radiocirurgia

Jaime Ferreira lamentou que não se tenha equacionado fatores como o interesse do doente ou o desconforto do transporte “quando se abre um concurso em oncologia em que o critério é apenas económico”

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), entidade gestora dos hospitais públicos de Faro, Portimão e Lagos, adjudicou os tratamentos de radiocirurgia a uma clínica espanhola, localizada em Sevilha, o que obriga os doentes com cancro a realizarem deslocações de quase 600 quilómetros.

Em outubro, o diretor clínico do CHUA explicou que a medida resultou de um concurso público internacional para os tratamentos de radiocirurgia, ao qual concorreram duas empresas, uma portuguesa e outra espanhola, sendo que a de Sevilha apresentou “garantias de qualidade médica com um preço mais baixo”.

Em dezembro já tinha sido feita uma vigília de protesto, mostrando o desagradado dos doentes contra o envio dos mesmos para Sevilha, exigindo a revogação da medida e a demissão do conselho de administração do CHUA, alegando que a alternativa em Faro era viável.

O porta-voz da Associação Oncológica do Algarve (AOA), Jaime Ferreira, afirmou durante a audição de quarta-feira que “não há vantagens técnicas ou outras” que justifiquem a deslocação de doentes oncológicos do Algarve para efetuarem tratamentos de radiocirurgia em Sevilha, Espanha, acrescentando que "existem equipamentos de última geração capazes de realizar tratamentos de excelência, evitando que os doentes fossem expostos a uma deslocação de centenas de quilómetros”.

“Se uma boa utilização dos dinheiros públicos é mandar doentes a Sevilha para fazer este tipo de tratamentos, não concordo, até porque estamos a falar de uma poupança de algumas centenas de euros”, concluiu Jaime Ferreira.

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