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Cancro pediátrico. Todos os anos surgem cerca de 400 novos casos

Hoje assinala-se o Dia Internacional da Criança com Cancro. Saiba o que Portugal ainda tem que fazer - segundo os entendidos - para responder adequadamente a este problema de saúde

Apesar de ser considerada uma doença rara, o cancro infantil afeta cerca de 400 novas crianças por ano, o que faz com que seja a primeira causa de morte por doença nas crianças e nos adolescentes. Atualmente, em Portugal, a taxa de sobrevivência ronda os 80%, mas os números poderiam ser ainda melhores. Segundo os especialistas, a investigação em oncologia pediátrica - essencial para o sucesso dos tratamentos e para a qualidade de vida de doentes e sobreviventes - é insuficiente.

No que aos sobreviventes diz respeito, as sequelas deixadas pelos tratamentos são responsáveis por diminuir a qualidade de vida em dois terços desta população, sendo que um terço dos sobreviventes ficam com sequelas graves.

Uma doença que afeta toda a família

Quando uma criança tem cancro, toda a família tem cancro. É por isso que, para assinalar este dia, a Associação Acreditar chama a atenção para que a licença para acompanhamento de filho com cancro seja paga a 100%.

"Seria muito importante que os cuidadores pudessem usufruir da licença para acompanhamento de filho com doença oncológica paga a 100% (tal como no caso dos doentes com cancro) e que, sobretudo em fases mais críticas do percurso, ambos os pais pudessem usufruir dessa licença", defende a Acreditar num comunicado divulgado ontem.

Assista aos testemunhos de Pedro Bello e de Filipa Silveira e Castro, pais que acompanharam os seus respetivos filhos com cancro e que explicam - na primeira pessoa - como um cancro de um filho afeta significativamente todas as esferas da vida.

Em declarações à agência Lusa, a diretora-geral da Acreditar, Margarida Cruz, afirmou que "a inflação que tem deteriorado os rendimentos dos portugueses tem um impacto muito grande nos pais ou cuidadores das crianças com cancro".

"E, por isso, sentimos um número crescente de pedidos de apoio e um pedido de aumento dos valores médios dos nossos apoios económicos e alimentares", disse Margarida Cruz.

A associação defende ainda que é "imprescindível insistir na Estratégia Nacional de Luta Contra o Cancro", por considerar que "o documento deveria espelhar melhor as necessidades da oncologia pediátrica em Portugal".

Lei do Esquecimento ainda não saiu do papel

A lei do esquecimento está em vigor desde 1 de janeiro e o diploma estipula que cidadãos com determinadas patologias ou com histórico clínico de algumas doenças não sejam discriminadas no acesso a créditos bancários ou na contratação de seguros.

Um ano depois da aprovação, o Governo ainda não avançou com o acordo nacional referente ao acesso a crédito e a seguros. Sem isso, a lei não pode ser cumprida.

Conheça, abaixo, as histórias de Célia Santos e João, sobreviventes de cancro que sofrem as consequências devido à lei não estar a ser aplicada.

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