André Ventura esteve em entrevista, esta quinta-feira, na SIC e SIC Notícias. Entre vários temas abordados, o líder do Chega referiu que quer ser primeiro-ministro e que irá tratar caso a caso os acordos com o PSD.
Em análise a esta entrevista, Ricardo Costa, da SIC, defende Ventura estará disposto a manter a pressão sobre o PSD até ao Orçamento de Estado e, se necessário, deitar o Governo abaixo.
"André Ventura, poderá obviamente estar a fazer bluff, mas a ideia que quis transmitir com esta entrevista é que estará disposto a manter a pressão até ao Orçamento de Estado e se for preciso deitar abaixo o Governo e ir a eleições. É claro que é uma posição que tenta demonstrar publicamente, mas não sabemos como se irá comportar ao longo deste meses. Mas surpreende-me que queira manter esta pressão", apontou.
O comentador da SIC Sebastião Bugalho diz que o líder do Chega afastou a possibilidade de votar a favor de uma moção de censura contra o Governo de Montenegro e que o novo Executivo só cairá se o Presidente da República dissolver a Assembleia da República.
"André Ventura afastou-se da possibilidade de votar numa moção de censura do PS contra o futuro Governo de Luís Montenegro. Isso significa que o Governo só irá cair se o Presidente da República dissolver a Assembleia da República se não se conseguir aprovar um Orçamento de Estado ou se o PS decidir votar a favor de uma moção de censura do Chega, que eu acho que seja pouco provável", atirou.
"André Ventura está claramente em campanha para as Europeias. Quando ele disse 'nós somos a direita', isso vai ser a sua campanha", acrescentou.
Bernardo Ferrão, da SIC, afirma que a estratégia do secretário-geral do Partido Socialista em deixar no ar um bloco central entre PS e PSD está a resultar. Segundo Ferrão, o PS está a inchar o Chega para diminuir a AD.
"O que Pedro Nuno Santos fez no Palácio de Belém está a funcionar. Ao dizer que estava disponível fazer e viabilizar um orçamento retificativo era exatamente criar a ideia de que o PSD e PS poderiam criar um bloco central, que são a mesma coisa. Ou seja, espicaçar o Chega, para o Chega pudesse encher o balão de que eles no fundo são iguais. E desta forma o PS continua no fundo a inchar o Chega para diminuir a AD", atirou