Vídeo

Análise

Que elenco governativo Montenegro irá apresentar?

Rui Pedro Antunes, editor de Política do Observador, considera que “neste momento está tudo fechado na cabeça de Luís Montenegro” e avança alguns nomes que podem fazer parte das escolhas do primeiro-ministro indigitado para o novo Governo.

Loading...

O primeiro-ministro indigitado recusou revelar qualquer informação sobre a composição do futuro Executivo. Luís Montenegro está esta quinta-feira em Bruxelas, onde disse que ainda não foram iniciados contactos para o novo Governo, mas garantiu que o primeiro a saber da composição do Governo será o Presidente da República. Rui Pedro Antunes, editor de Política do Observador, avança alguns nomes que podem vir a fazer parte do novo elenco governativo.

Para Rui Pedro Antunes, “neste momento está tudo fechado na cabeça de Luís Montenegro” e “há nomes que são eventualmente incontornáveis" e "que são da confiança e com os quais ele possa ter uma garantia de lealdade”.

Espera-se que o novo Governo seja constituído por uma equipa com “alguma experiência política e que não possam aprender no cargo”. Perante uma “grande instabilidade por via do Parlamento”, Montenegro tem que “isolar o Governo e fechá-lo com pessoas da confiança, de combate político e que percebam do que estão a fazer”, sublinha o editor de Política do Observador.

“Mesmo que sejam pessoas que já estejam há muito tempo no partido, por exemplo, Hugo Soares que é o fiel escudeiro dele, António Leitão Amaro que já foi secretário de Estado, mas nunca foi ministro. São figuras que dão alguma alguma renovação”.


“Paulo Rangel, não sabemos se irá para ministro dos Negócios Estrangeiros ou se será o nome para Comissário para substituir Elisa Ferreira. A lógica é que o partido do poder escolhe o Comissário da sua área política, veremos se para Portugal não seria mais vantajoso ter uma mulher, mas Paulo Rangel, se não for para ministro dos Negócios Estrangeiros, seria um nome forte para Comissário Europeu”, explica Rui Pedro Antunes.

O jornalista destaca o facto de ter de haver sempre alguma renovação e diz que Nuno Melo também deverá ir para o Governo, tal com alguns “independentes que assinaram o manifesto em determinadas áreas”, de modo a contrariar a ideia de uma escolha “muito fechada, muito partidária, com cartão de militante”.

"Não sei se serão exatamente aqueles que se calhar, estamos todos a pensar, por exemplo, não sei se será Miguel Guimarães na Saúde, porque tem muitos anticorpos, mas há outros, Alexandre Homem Cristo, um nome que pode ser na área da Educação, portanto, todos esses independentes podem ajudar Luís Montenegro a dar uma imagem de abertura à sociedade civil, são naturalmente independentes muito alinhados com ele, mas podem ajudar a dar a imagem que é um governo mais aberto."

“Essa abertura tem que ser de gente de confiança, porque se o Conselho de Ministros começa a ser como noutros tempos, em que sai tudo cá para fora, em que há fugas de informação, em que ninguém se entende”, esse poderia ser um cenário complicado tendo em conta a instabilidade política, realça Rui Pedro Antunes

No entender do editor de Política do Observador, é pouco viável que o novo Governo venha a ter ministros da Iniciativa Liberal (IL), hipótese avançada pelo social-democrata Luís Marques Mendes, no espaço de comentário semanal na SIC.

Rui Pedro Antunes diz que “Luís Montenegro ontem foi bastante claro, em Belém, a primeira vez que falou relativamente à ideia de que o Governo era da AD e, portanto, teria membros do PSD e eventualmente do CDS, será à partida um Ministro (…) Agora em Bruxelas, diz, falo de composição do Governo para a semana. Acho que só não quis dizer de uma forma muito clara que não que verbalizar, que não queria a Iniciativa Liberal para não mostrar uma imagem de arrogância”.

O jornalista defende que “a presença de elementos da Iniciativa Liberal no Governo seria sempre um obstáculo”.

O novo Governo vai tomar posse no início do próximo mês, a data foi anunciada pelo próprio líder do PSD à saída da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, que durou cerca de 20 minutos. Montenegro revelou que apresentará a composição do Governo no dia 28 de março e que acordou com o Presidente a marcação da tomada de posse para 2 de abril.