O primeiro-ministro de Israel diz que já há data para a operação militar em Rafah, mas não revela qual. As declarações de Benjamin Netanyahu surgem depois da retirada das tropas israelitas do sul de Gaza e apesar dos repetidos avisos dos Estados Unidos para que a invasão não avance. Para a comentadora Mónica Dias, a posição do primeiro-ministro israelita traduz "total confusão e ausência de estratégia" nesta guerra.
“Netanyahu não tem qualquer estratégia nem para ‘o durante’ desta invasão de Gaza. Também não tem uma estratégia ainda claramente definida nem comunicada para ‘o depois’ desta ocupação e, portanto, estamos perante ainda a população a um enorme sofrimento a deslocada muitos milhares de mortos. Como sabemos agora, o que me parece importante é que estas afirmações tão contraditórias de Netanyahu revelam a situação muito, muito complexa em que ele se encontra”, começa por referir Mónica Dias.
A comentador da SIC explica a atual discurso externo, com os mediadores internacionais a apresentarem um novo plano, apresentado por William Burns, que representa a voz dos Estados Unidos e que exige que Israel retire ou que pelo menos uma pausa de fogo, ou seja, um armistício durante 6 semanas, em troca de reféns, mas também em troca da libertação de muitos prisioneiros.
Além desta pressão Internacional, por parte dos Estados Unidos e dos negociadores como o Qatar e o Egito "também há uma pressão interna de Israel e muito claramente, por exemplo, ainda há pouco tempo o responsável do Governo de Israel pelos polícias e pela segurança, dizia: 'se nós retirarmos e se não atacarmos Rafah, então Netanyahu já não tem a nossa confiança e este Governo vai desfazer-se”, sublinha Mónica Dias.
O grupo islamita palestiniano Hamas afirmou esta terça-feira, através de um comunicado, que a proposta que recebeu dos mediadores no Cairo para uma trégua na Faixa de Gaza não responde às suas exigências, mas ainda assim a irá estudar.
Na opinião da comentadora da SIC, mesmo que Israel apresentasse a sua concordância, o “Hamas imediatamente iria dizer que, afinal, não concorda e que exige mais prisioneiros, ou que, como já disse, não tem os 40 reféns dentro destas condições, como foram desenhadas no plano e, portanto, temos aqui uma situação que é muito difícil de resolver, porque temos dois lados que não querem fazer compromissos e que estão os dois interessados na continuação da guerra”.