Em março de 2017 Portugal recebeu cinco menores não acompanhados afegãos. A iniciativa foi notícia em diversos órgãos de comunicação social portugueses. No essencial, os jornais destacavam a generosidade do país, uma vez que Portugal fora o único membro da União Europeia a receber jovens afegãos sem família. A vinda dos cinco jovens era um teste à capacidade de integração do país.
O objetivo era trazer uma centena de crianças afegãs desacompanhadas.
Quando tentamos perceber as razões que impediram que este projeto pioneiro na Europa passasse da fase piloto, a maioria das entidades públicas envolvidas fecharam-nos a porta.
Foram passando a batata quente entre elas. E tivemos de voltar ao início do labirinto.
Portas fechadas
A vinda para Portugal dos cinco menores afegãos não acompanhados ecoou nos órgãos de comunicação. Foi vista, na altura, como um ato de grande generosidade por parte do Estado Português.
O assunto caiu no esquecimento. E quando tentamos recuperar os contornos desta história todas as entidade envolvidas nos fecharam a porta.
Por duas vezes o Tribunal de Família e Menores de Setúbal, responsável pelas medidas de proteção aplicadas aos cinco afegãos, nos negou o acesso ao processo.
O Ministério da Administração Interna reecaminhou-nos para a Secretaria de Estado da Igualdade. Rosa Monteiro não tinha declarações a fazer sobre este caso.
O SEF também seguiu o caminho do silêncio e não se pronunciou sobre o tema.
Por último faltava apenas o Alto Comissariado para as Migrações, que também nada acrescentou, alegando a salvaguarda dos menores, remetendo-nos para o tribunal. A primeira entidade que nos fechou as portas.
Que silêncio é este que se abateu sobre estas entidades?