O ministro britânico, que se encontra na Nigéria para conversações sobre a missão internacional de resgate das jovens, disse aos jornalistas ter levantado a questão a Goodluck Jonathan durante uma reunião na capital, Abuja.
"Eu discuti este assunto com o Presidente e ele deixou muito claro que não haverá negociação com o Boko Haram envolvendo a troca das estudantes raptadas por prisioneiros", afirmou.
A 14 de abril, o grupo fundamentalista islâmico raptou 276 raparigas, cristãs e muçulmanas, de uma escola em Chibok, no norte da Nigéria, das quais 223 continuam desaparecidas.
O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, sugeriu, num vídeo divulgado na segunda-feira, que estaria preparado para libertar as jovens se a Nigéria libertasse militantes do grupo detidos nas prisões do país.
O ministro do Interior nigeriano, Abba Moro, rejeitou imediatamente a proposta, afirmando, em declarações à AFP, que o grupo radical não podia ditar os termos.
A porta do diálogo parecia, contudo, estar aberta, dado que o ministro dos Assuntos Especiais, Tanimu Turaki, disse, na terça-feira, em declarações à BBC, que a Nigéria estava disposta a negociar com o grupo fundamentalista islâmico.
Boko Haram, que significa em dialeto local "a educação não islâmica é pecado", luta pela imposição da "sharia", ou lei islâmica, na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
Desde que as forças de segurança nigerianas mataram, em 2009, o fundador e líder espiritual do Boko Haram Mohamed Yusuf, os radicais intensificaram uma campanha sangrenta que já causou mais de três mil mortos.
Em todo o mundo, multiplicam-se as manifestações para exigir a libertação das raparigas, num movimento criado a partir de uma palavra de ordem divulgada na rede social "Twitter": "Bring Back Our Girls".