O procedimento para a saída do Reino Unido da União Europeia era há muito reclamado pela oposição e apontado como necessário pela comissão parlamentar para o Brexit. Theresa May sempre se recusou fazê-lo, declarando que tinha sido suficientemente clara no seu discurso de 17 de janeiro, em que defendia uma rutura "clara e limpa" com a UE.
Hoje disse estar pronta a "colocar as cartas na mesa". Concessão que surge no dia seguinte à decisão do Supremo Tribunal britânico que a obriga obter o aval do Parlamento antes de iniciar as negociações com a UE.
"Defini um plano audacioso na semana passada e reconheço que o Parlamento queira ver a estratégia delineada num livro branco", declarou hoje a chefe de Governo.
Mesmo perante a insistência do líder da oposição Jeremy Corbyn, May recusou-se a divulgar a data de publicação deste documento.
Em janeiro, a comissão parlamentar para o Brexit disse que esperava "ver esse plano até meados de fevereiro de 2017, o mais tardar". May prometeu ativar antes do final de março o artigo 50º do Tratado de Lisboa, que lança o "processo de divórcio".
O Supremo Tribunal confirmou ontem que a saída do Reino Unido da União Europeia tem que ser decidida pelos deputados e não apenas pelo Governo porque estão em causa mudanças substanciais nos direitos dos cidadãos.