O Parlamento britânico chumbou esta terça-feira o acordo para o Brexit, negociado entre a primeira-ministra Theresa May e a União Europeia.
A votação, que decorreu na Câmara dos Comuns, contou com 202 votos a favor e 432 contra o acordo. Um resultado que levou Jeremy Corbyn, líder da oposição. a apresentar uma moção de censura a Theresa May, que vai ser votada esta quarta-feira.
Uma das primeiras reações pertenceu ao presidente do Conselho Europeu. Donald Tusk questionou quem terá a "coragem de dizer qual é a única solução positiva".
Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, lamentou a rejeição do acordo, advertindo que "o risco de uma saída desordenada aumentou".
Este foi o último de cinco dias de debate, seguido pelo "voto significativo" sobre o acordo negociado pelo Governo britânico com Bruxelas, para garantir uma saída ordenada da UE.
O documento define os termos da saída do Reino Unido da UE, incluindo uma compensação financeira, os direitos dos cidadãos e um período de transição que mantém o país no mercado único europeu até ao final de dezembro de 2020.
Também inclui uma solução de salvaguarda para a província britânica da Irlanda do Norte, conhecida por 'backstop', contestada tanto por adeptos como por opositores ao Brexit devido ao risco de deixar o pais "indefinidamente" numa união aduaneira sem poder de sair unilateralmente.
A posição do Governo português, reiterada por Augusto Santos Silva, defende que um Brexit sem acordo seria negativo. O ministro dos Negócios Estrangeiros avisa ainda para as "consequências muito negativas" desse cenário: