A primeira-ministra britânica anunciou esta quarta-feira que pretende sair de funções antes da próxima fase de negociações com a União Europeia (UE), após o Acordo de Saída para o 'Brexit' ser aprovado, noticiou a BBC.
O anúncio terá sido feito durante uma reunião à porta fechada com o grupo parlamentar, e a informação transmitida pelo deputado James Cartilage.
Theresa May já tinha prometido, ao responder a uma moção de censura dentro do partido Conservador, em dezembro do ano passado, que pretendia demitir-se antes das eleições legislativas de 2022.
Parlamento britânico vota alternativa ao acordo
Os deputados debatem e votam hoje possíveis caminhos alternativos ao acordo de saída do Reino Unido da União Europeia. O início da votação das propostas está previsto para o final da tarde e os resultados serão conhecidos no decorrer da noite.

O debate e a votação surgem depois de a Câmara dos Comuns (câmara baixa) ter aprovado, na segunda-feira à noite, uma emenda parlamentar, liderada pelo conservador Oliver Letwin, que atribuiu ao parlamento o poder de conduzir e marcar a agenda do processo do Brexit, substituindo-se ao Governo.
Entre as possíveis vias alternativas ao acordo do 'Brexit' que poderão ir hoje a discussão e a votos está um eventual segundo referendo, uma saída sem acordo, uma renegociação de uma relação mais próxima com o mercado único comunitário ou até mesmo a revogação do artigo 50º do Tratado da União Europeia (o cancelamento do processo da saída britânica).
Tusk lembra que os cidadãos britânicos não podem ser traídos
O presidente do Conselho Europeu critica as vozes do Parlamento Europeu que se opuseram a uma extensão longa do Brexit e diz que ainda há tempo para que os britânicos recuem na decisão de sair da União Europeia.
“Antes do Conselho Europeu disse que devíamos estar abertos a uma longa extensão se o Reino Unido estivesse disposto a repensar a sua estratégia para o Brexit, o que obviamente implicaria que o Reino Unido participasse nas eleições europeias. Então, houve vozes que se ergueram dizendo que tal cenário seria prejudicial ou inconveniente para alguns de vocês. Deixem-me ser claro: tal pensamento é inaceitável”.
Milhares nas ruas de Londres contra o Brexit
Mais de um milhão de pessoas desfilaram no sábado em Londres, exigindo ao Governo que convoque um novo referendo sobre a saída daquele país do bloco comunitário, e seis milhões “assinaram” até ao momento uma petição eletrónica a favor da revogação do Artigo 50.º, o ato que formalmente desencadeou o ‘Brexit’, que os britânicos votaram há três anos.
Bruxelas já concluiu preparativos para a saída desordenada
A Comissão Europeia concluiu na segunda-feira os preparativos para um cenário de saída desordenada do Reino Unido da União Europeia (UE), visto que, segundo Bruxelas, essa perspetiva é "cada vez mais provável".
Paralelamente, a Comissão continua a acompanhar os preparativos a nível das administrações e insta todos os cidadãos e empresas da UE a informarem-se sobre as consequências de um eventual cenário de ausência de acordo e a concluírem os seus preparativos para esta eventualidade.
Data de saída
O governo britânico também submete hoje ao parlamento a legislação necessária para alterar a data de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), inicialmente prevista para esta sexta-feira.
A legislação vai ter duas datas de saída: às 23:00 horas de 12 de abril ou, na condição de um Acordo de Saída ser aprovado até às 23:00 horas de sexta-feira, 22 de maio de 2019.