Cambridge Analytica

Mark Zuckerberg assume erros e "violação de confiança" no Facebook

O fundador do Facebook garante que está disponível para falar no Congresso norte-americano sobre a polémica em torno da empresa Cambrigde Analytica e do uso indevido de 50 milhões de perfis para influenciar as presidenciais dos Estados Unidos.

3º - Mark Zuckerberg - Facebook- 41 mil milhões de euros
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Num post publicado no Facebook esta quarta-feira, Mark Zuckerberg diz que lamenta o escândalo e admite que houve uma quebra de confiança entre a rede social e os utilizadores.

Promete por isso mudanças para aumentar a privacidade e garante que a empresa vai analisar todas as aplicações para travar novos abusos, bem como restringir o acesso a dados pessoais.

Assegura ainda que os utilizadores vão poder controlar melhor as informações disponibilizadas e pisca o olho com recompensas a quem detetar aplicações infratoras.

Entretanto, numa entrevista à CNN, acrescentou que está "satisfeito" por prestar declarações no Congresso norte-americano. Zuckerberg disse que a empresa vai enviar a pessoa que tem mais conhecimento do assunto e que se essa pessoa for ele, ficará "feliz em fazê-lo".

Na entrevista, o fundador do Facebook assegurou que o caso pressupõe "uma violação de confiança e realmente lamenta que tenha sucedido".

Uma reação e medidas que chegam quase uma semana depois do caso vir a lume, com perdas registadas em bolsa e a imagem da marca afetada. Trata-se de um golpe na credibilidade da plataforma online a juntar ao do ano passado, em que a empresa admitiu ter sido usada para difundir noticias falsas e propaganda de agentes russos.

Quanto ao presidente da Cambridge Analytica, foi suspenso por tempo indeterminado. Alexander Nix, que esteve ainda há quatro meses em Lisboa para participar na Web Summit, é um dos nomes envolvidos na investigaçao sobre o uso indevido de perfis para manipular a opinião pública através de escândalos sexuais ou notícias falsas. Uma estratégia que a empresa rejeita mas que ficou evidente na reportagem do Canal 4 britânico. Numa conversa com os jornalistas, foi confidenciado o papel transversal da Cambridge Analytica na eleição de Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos defende uma investigação ao caso. Sob suspeita estão também alegadas ingerências da empresa na campanha no reino unido a favor do Brexit.