Na quinta-feira, Mário Centeno pediu pessoalmente por telefonema a António Domingues para continuar durante o início de janeiro até à entrada da equipa de Paulo Macedo.
O Ministro das Finanças terá pedido que António Domingues continuasse, mas já sem os outros seis administradores que tinham resignado aos cargos com ele em novembro. Deste modo, ficaria apenas António Domingues em funções e os outros quatro administradores que nunca resignaram, entre os quais Rui Vilar.
O presidente disse que ficava. Contudo, neste caso era preciso que o Ministério das Finanças enviasse uma carta aos seus advogados a responder a duas condições: que o acionista Estado declarava que a resignação de António Domingues apresentada em novembro não tivesse efeito; e que o mandato de António Domingues se mantinha e prolongava nos exatos termos em que tinha sido iniciado.
Estas duas exigências jurídicas nunca foram respondidas pela equipa de Mário Centeno aos advogados de António Domingues e, por isso, na sexta-feira este acabou por informar Mário Centeno que saía de imediato.
Uma fonte do Ministério das Finanças garantiu à SIC que nunca ouviu falar de um pedido de regime jurídico especial para António Domingues se manter em funções, nem que isso seria possível. Outra fonte ligada ao processo garante que o que está em causa é a recusa de António Domingues de entregar uma nova declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional por se manter em funções em 2017.
Da parte de António Domingues, o gestor diz que esta acusação é mentira, que nunca chegou a falar da entrega de uma nova declaração com ninguém do Governo.
António Domingues escreveu esta segunda-feira a Mário Centeno a contestar a forma como informações relacionadas com este assunto têm sido passadas pelo Ministério das Finanças para a opinião pública.