Crise na Venezuela

Há um "forte contingente militar cubano" na Venezuela

Denúncia feita esta segunda feira pela Frente Institucional Militar, a associação de oficiais reformados da Venezuela.

Há um "forte contingente militar cubano" na Venezuela
Carlos Garcia Rawlins

A associação de oficiais reformados Frente Institucional Militar (FIM) denunciou na segunda-feira, em comunicado, a chegada de oficiais cubanos à Venezuela.

"Alertamos o país e os seus organismos de segurança sobre a existência desta força estrangeira, em clara violação dos valores e princípios estabelecidos na Constituição nacional (da Venezuela) ", refere o comunicado.

No documento, divulgado em Caracas, a FIM chama a atenção dos membros ativos das Forças Armadas Venezuelanas para a situação e diz ter uma "acumulação de informação, indícios e evidências" sobre "a presença de um forte contingente de militares cubanos" no país.

Também alguns dos oficiais estrangeiros estão "organizados em unidades de combate, formados" e "armados, alguns deles com experiência em conflitos militares em outras regiões", acrescenta.

O documento explica ainda que "desde há anos se tem falado, na Venezuela, da ingerência do regime castro-comunista de Cuba em muitos âmbitos da vida política oficial, particularmente em 'inteligência' (serviços secretos) de Estado, em imigração e identificação e no controlo de ituações de desordem pública", estimados "em 20 mil".

"É um facto notório, a participação de uma unidade de combate uniformizada, armada, com estandartes e distintivos do exército cubano, participando em desfiles, sem que tenham sido registadas as datas de chegada dos aviões nem os trâmites migratórios, para justificar a entrada e saída do país", explica.

Segundo a FIM, há registos de um "destes cubanos invasores, nas proximidades da praça de Altamira (a leste de Caracas) , identificado com fotografias e vídeos, disparando a sua arma de fogo contra uma multidão que se manifestava contra o regime e que, apesar de causar algumas baixas (mortes) não foi submetido às instâncias penais correspondentes".

"Temos ouvido declarações de vítimas de repressão e torturas, por participarem em marchas e protestos, que identificaram cubanos uniformizados como Guardas Nacionais (polícia militar) e de outros corpos policiais", adianta.

O documento alerta, igualmente, para "constantes viagens de generais das Forças Armadas revolucionárias cubanas" que têm sido fotografados no palácio presidencial de Miraflores, no Ministério da Defesa e noutras instalações do Estado, "cumprindo funções de assessoria político e militar ao regime".

"Em razão de tais circunstâncias, exigimos ao Ministério da Defesa e aos órgãos ministeriais competentes que realizem as ações pertinentes para expulsar do território nacional os invasores cubanos em presença ilegal no nosso país".

Com Lusa