O candidato à liderança do CDS-PP Nuno Melo acusou na quinta-feira a direção do partido de uma tentativa de "golpe de estado institucional" e anunciou que vai impugnar a convocatória do Conselho Nacional marcado para hoje.
"O CDS é um partido estruturante e fundador da democracia e vive hoje o primeiro ato de uma tentativa de golpe de estado institucional que eu quero denunciar e repudiar vivamente", afirmou.
Nuno Melo recusou um possível adiamento do congresso eletivo, marcado para 27 e 28 de novembro, na sequência da crise política provocada pelo 'chumbo' do Orçamento do Estado, e afirmou que "quem tem medo de ir a voto dentro dificilmente terá capacidade para conquistar votos fora".
O centrista falava aos jornalistas à porta da sede do CDS-PP, em Lisboa, na quinta-feira à noite, enquanto decorre dentro do edifício, desde cerca das 22:00 e à porta fechada, uma reunião da Comissão Política Nacional, órgão alargado da direção.
O eurodeputado criticou também a convocatória, de um dia para o outro, do Conselho Nacional extraordinário marcado de urgência para sexta-feira com o intuito de deliberar "sobre a realização do XXIX Congresso Nacional" e defendeu que teria de ser "convocado com pelo menos 48 horas de antecedência".
"Obviamente que vou impugnar esta convocatória e depois do órgão jurisdicional interno do partido vou recorrer para o Tribunal Constitucional", anunciou.
Quando chegou ao Largo Adelino Amaro da Costa, acompanhado pelo líder parlamentar, Telmo Correia, Nuno Melo foi recebido com palmas por algumas dezenas de apoiantes, e depois de entrar na sede subiu ao primeiro piso, à sala onde decorre a reunião, e foi à janela cumprimentar as pessoas.
Entre os apoiantes estavam o líder da distrital de Lisboa do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, o líder da concelhia e vereador na Câmara Municipal de Lisboa, Diogo Moura, e os deputados Pedro Morais Soares e Miguel Arrobas.