Ébola

DGS diz que Portugal tem dois hospitais preparados para casos de Ébola

Dois hospitais no continente, um em Lisboa e outro no Porto, estão preparados para receber infetados com o vírus de ébola, segundo fonte da Direção-Geral de Saúde.

Cientistas analisa sangue para detetar o vírus ébola / Reuters
© Reuters Staff / Reuters

A diretora-adjunta da Direção Geral de Saúde (DGS) Graça Freitas explicou  hoje à Lusa que, em caso de ser detetado o vírus no país, os infetados deverão  ser encaminhados para o Hospital de S. João, a norte, e o Curry Cabral,  a sul, que já têm planos de contingência para fazer face a possíveis casos.

O vírus está muito ativo em países da África Ocidental, onde já provocou  720 mortes em mais de mil casos registados, a maior parte na Guiné-Conacri,  Libéria e Serra Leoa. A Guiné-Conacri tem uma longa fronteira com a Guiné-Bissau,  país com o qual Portugal volta a ter ligações aéreas diretas a partir de  outubro e onde vivem muitos portugueses. 

Hoje, em declarações à Lusa, a diretora-adjunta da DGS Graça Freitas  disse que, numa reunião com os dois hospitais (aos quais se junta o Hospital  Dona Estefânia, em Lisboa, no caso de o infetado ser uma criança), se "alinhou  procedimentos" e que as duas instituições já têm planos concretos de atuação.

São dois hospitais "veteranos" que já estiveram preparados noutras crises,  como da chamada "gripe aviária", lembrou a responsável. 

Graça Freitas disse que a DGS também já teve reuniões com o Instituto  Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e com o Instituto Nacional  de Emergência Médica (INEM), que estão igualmente preparados. 

"Temos de estar preparados e esperar que não aconteça nada", disse a  responsável, adiantando que já foram criados planos em anos anteriores nos  dois hospitais mas que, caso um doente chegue a outro hospital e este declare  ter capacidade o infetado "pode eventualmente ficar" nessa unidade. 

Questionada sobre haver um eventual risco acrescido com o restabelecer  das ligações aéreas com a Guiné-Bissau a diretora-adjunta preferiu dizer  que os riscos vão sendo avaliados a todo o momento e até lá pode haver uma  inversão do quadro. 

Para já, disse, há planos para os dois hospitais e para o INEM e "é  muito mais fácil ativar uma coisa que já está pensada e planeada", para  que, numa eventualidade, se saiba exatamente quem chamar, onde se levar  o doente ou como o isolar. 

Ainda que nem Portugal nem outros países da Europa sejam neste momento  considerados regiões de risco, lembrou. 

Lusa