Ébola

República Democrática do Congo precisa de 3,4 ME para enfrentar epidemia

O Governo da República Democrática do Congo  (RDC) precisa de 4,5 milhões de dólares (3,4 milhões de euros) para avançar  com o Plano de Resposta à epidemia do Ébola, que já provocou treze mortos  no país. 

© Handout . / Reuters

A informação consta de uma nota da delegação da Organização Mundial  de Saúde (OMS) em Kinshasa, capital RDC, à qual a Lusa teve hoje acesso,  que acrescenta que o Governo daquele país já disponibilizou 1 milhão de  dólares (760 mil euros) para o mesmo plano. 

De acordo com a OMS, os profissionais de saúde no país estão a ser equipados  com material de proteção e está igualmente a ser reforçada a "busca ativa  de casos". 

Testes laboratoriais confirmaram, entre 28 de julho e 27 de agosto,  um total de 42 casos e treze mortes provocadas pelo vírus Ébola na região  de Boende, no nordeste do país, o que representa, recorda a OMS, uma taxa  de mortalidade de 31 por cento.  

Ainda segundo aquela organização, o "epicentro da epidemia" está na  localidade de Lokolia, a cerca de 1.200 quilómetros de Kinshasa. 

Neste cenário, e juntamente com o "apelo" do Executivo para garantir  as verbas necessárias ao Plano de Resposta, a OMS assegura que está a "reforçar  a presença técnica" no país, "enviando especialistas em várias áreas para  a região". 

Em curso estão igualmente campanhas para a sensibilização da população  e apoio psicossocial que incluem familiares e vítimas deste surto de Ébola.

De acordo com a OMS em Kinshasa, as autoridades congolesas estão a promover  o "isolamento e gestão de casos" detetados, a "desinfestação" das casas  e "reforço das capacidades nacionais para fazer face à epidemia". 

A evolução da situação na RDC está a ser seguida com especial atenção  em Angola, que através de sete províncias partilha uma fronteira de cerca  de 1.500 quilómetros com aquele país. 

A presença do Ébola no país vizinho colocou automaticamente Angola no  grupo de países com risco "moderado a alto" de infeção. 

As autoridades sanitárias angolanas admitem que o país está em "alerta"  mas garantem não foi detetado qualquer caso suspeito. Estão igualmente a  "redobrar" e a "acelerar" a mobilização de equipas para o controlo, alerta  e vigilância sanitária, nomeadamente nos postos de fronteira a norte. 

De acordo com o Executivo, a forte movimentação de pessoas com a RDC  já obrigou à adoção de "medidas preventivas", nomeadamente ao nível da vigilância  das fronteiras, com agentes de segurança e militares munidos de elementos  de biossegurança. 

A OMS contabilizou 3.069 casos da doença do vírus Ébola, incluindo 1.552  mortes, em quatro países da África ocidental, de acordo com o último balanço  concluído na terça-feira. 

Lusa