"O mundo pode e tem de travar o Ébola agora", declarou Ban.
O secretário-geral das Nações Unidas sugeriu a criação de um corpo internacional de profissionais de saúde, ou "batas brancas", que poderiam ser utilizados de acordo com as necessidades no combate à epidemia de Ébola na África Ocidental.
"Tal como as nossas tropas com capacetes azúis (tropas da ONU de manutenção da paz) mantém as pessoas seguras, um organismo com batas brancas pode ajudar a manter as pessoas saudáveis", adiantou Ban.
Presente na mesma reunião, o presidente norte-americano, Barack Obama, considerou que não está a ser feito o suficiente para enfrentar a epidemia daquela febre hemorrágica e pediu mais ajuda internacional.
"Não estamos a ser suficientemente rápidos. Não estamos a fazer o suficiente", disse Obama, precisando que "não estão a ser utilizados os recursos necessários para travar a epidemia" de Ébola.
A doença já matou 2.917 pessoas na África Ocidental, em 6.263 casos segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Libéria, a Guiné-Conacri e a Serra Leoa são os três países mais afetados pela epidemia, a mais grave desde que o vírus foi identificado, em 1976. O atual surto começou na Guiné-Conacri, no final de dezembro do ano passado.
A Serra Leoa tomou hoje a medida drástica de colocar em quarentena mais de um milhão de habitantes, dos cerca de seis milhões que tem o país.
Os Estados Unidos vão enviar 3.000 soldados para a Libéria para ajudarem os profissionais de saúde a lutar contra a propagação do vírus e mobilizaram os seus especialistas dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças.
A infeção ocorre por contacto direto com fluidos corporais, sangue, líquidos biológicos ou secreções e o período de incubação dura de dois a 21 dias.
De acordo com a OMS, a doença tem atingido uma taxa de mortalidade de cerca de 70 por cento.
Lusa