"Peço a todos para fazerem parte deste esforço histórico (...) e apoiarem os governantes e o povo da Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa a voltarem a um caminho de desenvolvimento sustentável", disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na abertura de uma conferência internacional sobre o Ébola.
No encontro pretende-se conseguir 3.200 milhões de dólares (cerca de 2.900 milhões de euros) para os próximos dois anos, visando financiar a reconstrução dos sistemas de saúde e outros serviços públicos nos três países, cujas economias foram gravemente afetadas pela epidemia daquela febre hemorrágica.
"Este impacto negativo -- nas economias, meios de subsistência e, mais importante, nas vidas -- exige que a comunidade internacional continue a dar prioridade à recuperação, inclusivamente depois do desaparecimento da crise", assinalou.
O chefe de Estado do Zimbabué, que preside atualmente à UA, Robert Mugabe, pediu o cancelamento da dívida dos três países para que possam dirigir todos os seus recursos para a recuperação da doença e para garantir que não haverá novos surtos.
"Devemos recordar que enquanto o vírus do Ébola não estiver controlado na África Ocidental nenhuma parte do nosso mundo interligado estará segura", declarou Mugabe.
Tanto a ONU como a UA destacaram os grandes progressos obtidos na luta contra a doença, mas insistiram em que continuam a existir riscos, como mostra o aparecimento de novos casos na Libéria depois do país ter sido declarado livre do vírus pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em maio.
No total, desde que começou o surto em dezembro de 2013, foram registados mais de 27.500 casos de Ébola naqueles três países da África Ocidental, que causaram a morte de 11.246 pessoas, de acordo com os últimos dados da OMS.
Lusa