Europeias 2014

Assis diz que política de sacrifícios só acaba com derrota da direita

O cabeça de lista do PS às eleições europeias  defendeu que a política de sacrifícios "só acaba" com a derrota da direita  e considerou "grave" que o líder da coligação Aliança Portugal fale do aumento  de impostos com "leviandade". 

MARIO CRUZ

Esta tarde, em Braga, à margem da abertura de mais uma conferência "Novo  Rumo para Portugal", Francisco Assis apontou que Paulo Rangel, quando afirmou,  em entrevista ao jornal "i", que o período de "verdadeiros sacrifícios acabou"  só terá razão se "paradoxalmente" ele e a direita, de que é "rosto", perderem  as eleições de 25 de maio. 

Para o candidato socialista, o voto no PS para o Parlamento Europeu  é um "voto de castigo" para um Governo que "acentuou" a crise, mas também  um "voto de esperança" num país e numa Europa diferente. 

"Se houver uma mudança política na europa acabou  1/8o período de verdadeiros  sacrifícios 3/8, se não houver não acabou. Essa é que é, justamente, a grande  questão que se vai colocar nestas eleições", comentou Assis quando confrontado  com a afirmação de Rangel ao "i". 

"O Dr. Paulo Rangel, paradoxalmente, só terá razão se perder as eleições",  concluiu. 

Isto porque, para Assis, se Portugal continuar pela "linha de orientação"  do Governo e que consta no Documento Estratégia Orçamental recentemente  apresentado está "condenado a crescimentos económicos medíocres" e a uma  situação de crise "durante muito tempo". 

Por isso, realçou, o país tem que se "libertar" e "não pode continuar  com um nível de austeridade tão elevado como aquele que o Governo praticou"  e que, segundo Assis, "é responsável pela recessão profunda" que o país  está a viver. 

Ao "i", Paulo Rangel afirmou ainda que o aumento de imposto apresentado  pelo Governo é "muito marginal", o que, segundo Francisco Assis, é uma afirmação  "grave". 

"É grave que o Dr. Paulo Rangel fale com essa leviandade de aumentos  de impostos que vêm contradizer em absoluto tudo o que o primeiro-ministro  e vários ministros do Governo tinham afirmado até poucos dias antes de tal  suceder". 

Assis considerou ainda que estas afirmações revelam "despudor absoluto  por parte da atual maioria parlamentar e dos seus candidatos ao Parlamento  Europeu". 

Questionado sobre se o voto do PS, dia 25, era um voto de castigo ao  Governo, Assis afirmou que sim, mas não só. 

"É um voto de castigo num Governo que acentuou a crise e não é capaz  de impor, no quadro europeu, politicas que nos permitam um crescimento económico  que não seja medíocre mas ao mesmo tempo um voto de esperança. Esperança  numa europa diferente, esperança de um pais diferente nessa mesma Europa",  finalizou. 

Lusa