Europeias 2014

Campanhas de Juncker e Schulz centram-se nas questões económicas e projeção da UE

A resposta à falta de crescimento económico e ao desemprego e o aumento da projeção da União Europeia no contexto global são as propostas centrais dos dois principais candidatos à presidência da Comissão, Jean-Claude Juncker e Martin Schulz.  

O alemão Martin Schulz, candidato do Partido Socialista Europeu, defende o aumento do investimento, uma política industrial "ambiciosa" e a criação de um programa de microcrédito para apoiar as pequenas e médias empresas (Reuters/ Arquivo)
© Laurent Dubrule / Reuters

Nos seus manifestos eleitorais, ambos os candidatos apontam como primeira  prioridade o crescimento e o emprego, com Juncker, luxemburguês, 59 anos,  candidato do Partido Popular Europeu (PPE) a defender a criação de um "verdadeiro  mercado único digital", que "ponha fim às taxas de 'roaming' e melhor as  ligações entre Estados-membros.   

O antigo presidente do Eurogrupo afirma que uma liberalização no acesso  ao mercado digital irá permitir um crescimento de 500 mil milhões de euros  nos próximos cinco anos e a criação de centenas de milhares de novos postos  de trabalho.  

O alemão Martin Schulz, candidato do Partido Socialista Europeu, defende o aumento do investimento, uma política industrial "ambiciosa" e a criação de um programa de microcrédito para apoiar as pequenas e médias empresas.

"Iremos apoiar mais as tecnologias 'verdes' e melhorar o desempenho  da economia, queremos acabar com o 'dumping social', acabar com a exploração  laboral e com contratos precários que afetam tantos europeus. Insistiremos  em regras sólidas para garantir salários iguais para trabalhos com as mesmas  caraterísticas e a defesa dos direitos dos trabalhadores", refere o manifesto  do socialista de 58 anos, ainda presidente do Parlamento Europeu e eurodeputado  desde 1994. 

No seu discurso, e ao longo de toda a campanha, Schulz promete lutar  contra a evasão e a fraude fiscal, que representam "um milhão de milhões  de euros todos anos" na Europa, além de criticar o que considera ser "uma  austeridade cega", com programas de resgate que foram "um claro falhanço".

Os candidatos das duas maiores famílias políticas europeias convergem  ainda na necessidade de completar a união bancária, que permita facilitar  o acesso ao crédito e maior apoio à "economia real".  

A energia é outro dos principais temas abordados por Juncker e Schulz:  o luxemburguês quer "uma maior partilha de recursos e articulação de infraestruturas"  e uma "diversificação das fontes energéticas" para reduzir a dependência  externa e o alemão defende uma "aposta na energia 'verde'". 

"Defendo que o nosso mercado continue aberto aos nossos vizinhos. No  entanto, se o preço da energia no leste europeu se tornar demasiado elevado,  temos de ter a capacidade de mudar rapidamente esse fornecimento", defendeu  Juncker, que considera ainda que a Europa pode vir a ser líder mundial no  setor das energias renováveis. 

Por seu lado, Martin Schulz advoga que os 28 devem "reganhar a liderança  global na proteção da natureza e na luta contra a poluição e as alterações  climáticas", prometendo respeitar e até estender as metas já assumidas por  Bruxelas e apoios para investimentos em energias renováveis e tecnologia.

Jean-Claude Juncker defende ainda que seja retomada uma proposta dos  anos 90 para aumentar a projeção externa da união monetária, com uma representação  conjunta da zona euro no Fundo Monetário Internacional, para que "o euro  seja uma voz a nível global". 

Schulz sublinha que a União deve continuar a bater-se pelos "princípios  universais da democracia, da paz e dos direitos humanos", apoiando os que  "procuram a democracia, a justiça social, a não-discriminação e a liberdade  em qualquer parte do mundo", procurando "alianças fortes para responder  a desafios comuns". 

 

Lusa