Armando Vara cumpriu perto de três dos cinco anos a que foi condenado por tráfico de influências, tendo sido libertado esta segunda-feira. Contudo, ainda pode voltar a ser preso se a Justiça confirmar os dois anos de cadeia no caso de corrupção que envolve o ex-primeiro-ministro, José Sócrates, na Operação Marquês.
O antigo ministro e ex-vice-presidente do BCP foi o primeiro português condenado exclusivamente por tráfico de influência, desde que entrou para o Código Penal há 26 anos.
No polémico processo de Face Oculta, a Justiça deu como provado que Armando Vara recebeu 25.000 euros em dinheiro e outras prendas de Manuel Godinho, o principal arguido no caso, em troca do favorecimento das empresas do sucateiro de Ovar.
Armando Vara garante ter sido vítima de uma injustiça por ter sido condenado a cinco anos de prisão por três crimes de tráfico de influências e não foi a única acusação.
Há três meses, o antigo ministro foi condenado a prisão efetiva, no âmbito de outro caso ainda mais mediático. Armando Vara ainda arrisca mais dois anos na prisão por um crime de branqueamento de capitais, num processo extraído e separado da Operação Marquês, que ainda não transitou em julgado.
Armando Vara recorreu da decisão e espera que a mesma Justiça lhe dê razão e permita que a liberdade, que agora lhe foi restituída, não seja apenas por uns dias.
De acordo com o tribunal, Armando Vara ocultou 535.000 euros em contas no estrangeiro para fugir aos impostos. O coletivo de juízes considerou que a culpa foi muito elevada e que tinha o dever de agir de forma diferentes, visto ter exigido funções públicas.
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