Hugo Chavez

BE destaca papel de Hugo Chávez na luta "contra o imperialismo e contra o FMI"

O Bloco de Esquerda (BE) destacou hoje o papel de Hugo Chávez na luta "contra o imperialismo e contra o FMI", alertando que o processo político após a morte do Presidente da Venezuela "não parece ser nada claro".

Algumas horas antes do anúncio da morte de Chávez, Nicolás Maduro sugeriu  que o cancro teria sido "provocado" pelos "inimigos históricos" da Venezuela (Reuters/Arquivo)
© Jorge Silva / Reuters

"Hugo Chávez foi um dos rostos que, no continente sul-americano, esteve  num vasto movimento que procurou libertar o continente da dependência do  FMI e que procurou criar um modelo de desenvolvimento alternativo. Teve,  de facto, uma luta muito importante contra o imperialismo e contra o FMI",  disse à agência Lusa a eurodeputada do Bloco de Esquerda Alda Sousa,em reação à morte de Hugo Chavéz. 

Na opinião da eurodeputada bloquista,"há agora todo um processo político  que, para já, não parece ser nada claro" como é que se vai desenrolar, considerando  que "há várias coisas que poderão ser preocupantes, mas que há que ver como  é que a situação vai evoluir". 

"Também há muitos portugueses que vivem na Venezuela, o que também é um motivo de inquietação, de preocupação, saber qual vai ser o futuro desses  portugueses", alertou. 

Recordando que Hugo Chávez ganhou as últimas eleições com uma grande maioria e com e um grande apoio popular, Alda Sousa destacou "a força de combate e vontade de combate" do Presidente da Venezuela, salientando "a  forma que sempre teve de estar com o seu povo". 

"Vamos ver como é que se irão desenrolar essas relações comerciais e  as relações políticas com a Venezuela. Penso que neste momento ainda há  muita coisa que está em aberto e que não é possível ter certezas, nem ter  opiniões muito formadas em relação ao futuro", disse. 

O Presidente venezuelano, Hugo Chávez, morreu hoje em Caracas, às 16h25  locais (20h55 em Lisboa), quase três meses depois de ter sido operado pela quarta vez a um cancro, a 11 de dezembro passado, em Havana, e dois meses  depois de ter sido reeleito para o seu terceiro mandato. 

Chávez, que morreu com 58 anos, regressou à Venezuela em 18 de fevereiro,  ficou internado no Hospital Militar de Caracas e não chegou a tomar posse  como Presidente, ficando o lugar assegurado pelo vice-Presidente, Nicolás  Maduro, numa decisão autorizada pela Justiça venezuelana, apesar dos protestos  da oposição.  

Algumas horas antes do anúncio da morte de Chávez, Nicolás Maduro sugeriu  que o cancro teria sido "provocado" pelos "inimigos históricos" da Venezuela.

Lusa