Hugo Chavez

Constituição venezuelana prevê marcação de eleições em 30 dias

A morte de Hugo Chávez provoca um cenário de  incerteza na Venezuela, cuja Constituição prevê a convocatória de eleições  num prazo máximo de 30 dias perante a ausência do Presidente. 

EPA
VENEZUELAN PRESIDENCY / HANDOUT

A Constituição da Venezuela impossibilita a eleição de quem ocupa o  cargo de vice-Presidente, caso do "interino" Nicolás Maduro, e impõe a marcação  de eleições num mês na ausência do chefe de Estado. 

O artigo 229 da Constituição estipula que não poderá ser eleito Presidente  "quem esteja no exercício do cargo de vice-Presidente Executivo ou vice-presidente  Executiva, ministro ou ministra, governador ou governadora e autarca, no  dia da sua nomeação ou em qualquer momento entre esta data e a eleição".

Segundo este articulado, caso pretenda concorrer ao futuro ato eleitoral,  o vice-Presidente Maduro estará impedido de continuar a exercer o cargo  de Presidente, como ocorreu durante o longo processo da doença de Chávez.

Além disso, o artigo 233 prevê que, em caso de falta absoluta do Presidente  - como é o caso devido à sua morte -,durante o primeiro dos quatro anos  do período constitucional, "se realizem uma nova eleição universal, direta  e secreta nos 30 dias consecutivos seguintes".  

Seguindo este ponto da Constituição, até à convocatória de novas eleições  e a posse de um novo presidente a chefia do Estado ficará a cargo do chefe  da Assembleia Nacional, que é atualmente Diosdado Cabello. 

O Presidente venezuelano, Hugo Chávez, morreu hoje em Caracas, às 16:25  locais (20:55 em Lisboa), quase três meses depois de ter sido operado pela  quarta vez a um cancro, a 11 de dezembro passado, em Havana, e dois meses  depois de ter sido reeleito para o seu terceiro mandato. 

Chávez, que morreu com 58 anos, regressou à Venezuela em 18 de fevereiro,  ficou internado no Hospital Militar de Caracas e não chegou a tomar posse  como Presidente, ficando o lugar assegurado pelo vice-presidente, Nicolás  Maduro, numa decisão autorizada pela Justiça venezuelana apesar dos protestos  da oposição.  

Algumas horas antes do anúncio da morte de Chávez, Nicolás Maduro sugeriu  que o cancro teria sido "provocado" pelos "inimigos históricos" da Venezuela.

Lusa