Mundial 2014

Scolari diz que "não será o fim do Mundo se Brasil perder"

O selecionador brasileiro de futebol,  Luiz Felipe Scolari, disse hoje que "não será o fim do Mundo" uma eventual  eliminação do Brasil frente à Colômbia nos quartos de final do Mundial2014,  na sexta-feira. 

© Yves Herman / Reuters

"Se perdermos não é o fim do Mundo, a vida como treinador e como jogadores  não vai mudar", disse Scolari na conferência de imprensa de antevisão do  encontro, realizada no estádio CAstelão, em Fortaleza, durante a qual qualificou  a seleção colombiana como uma das melhores do torneio. 

Apesar de se mostrar cauteloso em relação ao encontro, Scolari não escondeu  também o seu otimismo quanto ao objetivo final: "Vamos para o quinto de  sete passos", referiu, aludindo aos sete jogos que uma seleção deve disputar  para chegar ao encontro decisivo da prova. 

"Todos os jogos são são a eliminae e os nossos jogadores sabem que podem  ser vencidos e estar eliminados, mas eles têm uma meta e discutimo-la todos  os dias. Temos que assumir e tentar chegar à final, mas, para isso, precisamos  de fazer melhorias, porque temos condições de lá chegar", disse. 

Embora tenha elogiado a seleção colombiana, Scolari sublinhou que o  rival também deverá estar preocupado com o atual momento da sua equipa.

"Admiramos e respeitamos a Colômbia. Aqui, alertamos sobre a marcação  ou as características de determinado jo0gador deles e, do outro lado, (José)  Pékerman deve estar dizendo o mesmo de nós", anotou, recordando ainda que  no último encontro particular entre as duas seleções - empate 1-1 nos Estados  Unidos -, ainda não estava no comando técnico da "canarinha". 

O técnico, que disse gostar de ver jogar a seleção colombiana - "está  muito bem organizada, sabe tratar a bola e tem disciplina tática -, descartou  qualquer tipo de marcação especial a James Rodriguez, ex-jogador do FC Porto  e melhor marcador da prova com cinco golos, ou a Juan Guillermo Cuadrado,  classificados com os criativos da formação colombiana. 

"Vamos fazer uma marcação à Colômbia, não a um determinado jogador,  vimos poucas marcações individuais neste mundial", disse. 

Em relação ao encontro, não quis adiantar as possíveis alterações, mas  admitiu que contar com Henrique como um terceiro defesa-central é uma possibilidade  a ter em conta. 

O técnico negou ainda que o grupo estivesse passando por alguma crise  interna e justificou que a presença de uma psicóloga não se deveu ao momento  específico da partida diante do Chile. 

"Com ela está tudo cronometrado e organizado, houve uma má interpretação  das coisas. Ela estará no domingo e na segunda-feira na concentração, independentemente  do resultado", finalizou. 

Por seu turno, o defesa-central Thiago Silva, capitão da equipa, afirmou  ser melhor enfrentar um rival que se propõe jogar "de igual para igual"  como a Colômbia. 

"Para mim, é melhor uma equipa que nos ataca, que joga bem como é o  caso da Colômbia, uma seleção muito diferenciada. Isso ajuda, porque torna  a partida muito aberta. Teoricamente é melhor jogar contra uma equipa que  se propõe jogar de igual para igual, do que ante uma que se fecha atrás",  acrescentou. 

O capitão brasileiro espera que a sua equipa se reconcilie com os adeptos  de Fortaleza, depois de os ter dececionado no encontro da primeira fase  diante do México, com quem empatou 0-0. 

Já em relação às críticas que lhe fora feitas por se ter emocionado  durante o desempate por grandes penalidades frente ao Chile, defendeu-se:  "As pessoas que não estão comigo no dia a dia, não sabem como sou. Este  é o meu caráter, sou emotivo e emociono-me, é natural num ser humjano, mas  isso não me atrapalha, pelo contrário, ajuda-me". 

Para completar o raciocínio de Thiago Silva, Scolari evocou uma situação  semelhante verificada no Euro2004 com a seleção portuguesa. 

"O Luís Figo, que era um dos melhores do Mundo nessa altura, foi substituído  aos 20 minutos do segundo tempo da partida contra a Inglaterra. Entrou o  Hélder Postiga, anotou um golo e fomos a penáltis. O Figo não acompanhou  o resto da partida e foi criticado por isso", disse o técnico. 

Scolari prosseguiu: "Ninguém sabia que o Figo, nos balneários, se quedou  em frente a ujma imagem de Nossa Senhora de Fátima rezando pelos seus companheiros.  Ficou uma primeira imagem, em que a impressão era a que estava aborrecido  por ter sido substituído, mas a verdadeira imagem era outra". 

Lusa