Orçamento do Estado 2014

Pontos essenciais do Orçamento do Estado

O Governo entregou hoje a proposta de Orçamento do Estado para 2014 (OE2014) que prevê cortes nos salários dos funcionários público de 2,5% a 12%, um crescimento económico de 0,8% e uma taxa de desemprego de 17,7%. O défice orçamental de 2013 vai resvalar para os 5,9% do PIB, superando os 5,5% definidos para este ano entre o Governo e a 'troika'.  

MANUEL ALMEIDA

Principais números do Orçamento do Estado para 2014  

 

* Cortes de 2,5% a 12% nos salários da função pública 

Corte nos salários dos trabalhadores em funções públicas será transitório,  aplicando um corte entre 2,5% e 12%, às remunerações mensais superiores  a 600 euros. O Governo garante que "serão todavia protegidos os rendimentos mensais  até 600 euros, uma vez que se estabelece que os trabalhadores com remunerações  iguais ou inferiores a este valor não são sujeitos à redução e que se assegura  que os trabalhadores sujeitos à medida nunca receberão uma remuneração mensal  inferior a 600 euros". Este corte substitui os cortes entre 3,5% e 10% que entraram no Orçamento  do Estado para 2011, mas que se aplicavam a partir dos 1.500 euros. 

 

* Défice orçamental atinge 5,9% em 2013 

O défice orçamental deste ano vai resvalar para os 5,9% do PIB, superando  os 5,5% definidos para 2013 entre o Governo e a 'troika', segundo a proposta  do Orçamento de 2014. A previsão do Ministério das Finanças para o saldo orçamental global  é de -5,9% em 2013, acima da meta de 5,5% definida com os credores internacionais,  na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas.  

* Funcionários Públicos que aceitem reduzir horário ficam isentos de cortes

Os funcionários públicos que aceitarem reduzir o período normal de trabalho  em duas horas por dia ou oito por semana, com respetiva redução salarial,  ficam isentos da redução remuneratória que o Governo pretende aplicar a  partir de 600 euros. "Durante o ano de 2014, como medida excecional de estabilidade orçamental,  é ainda introduzido um regime especial de trabalho a tempo parcial" que  deverá ser acordado entre o funcionário público e a respetiva entidade empregadora  pública, segundo o texto do orçamento.

Se o trabalhador aceitar "reduzir a duração do período normal de trabalho,  no mínimo, no equivalente a duas horas por dia ou a oito horas consecutivas  de trabalho por semana, com a redução proporcional da remuneração base e  suplementos remuneratórios" este ficará isento do corte salarial aplicado  a um salário de 600 euros.

* Crescimento de 0,8% e taxa de desemprego de 17,7%  

O Governo confirma as previsões macroeconómicas recentemente divulgadas,  apontando para um crescimento económico de 0,8% e uma taxa de desemprego  de 17,7% em 2014, segundo uma versão preliminar do Orçamento do Estado. A confirmarem-se estas projeções do Governo, 2014 será o ano em que  Portugal deverá regressar ao crescimento, ao fim de três anos de recessão,  de acordo com uma versão preliminar do relatório do Orçamento do Estado  para 2014.  

Em 2011, a economia portuguesa contraiu 1,3%, no ano seguinte agravou  a recessão para os 3,2% e espera-se que a queda do Produto Interno Bruto  (PIB) seja de 1,8% este ano. 

Relativamente à taxa de desemprego, o executivo espera que esta seja  inferior à prevista em março, antecipando-se que atinja os 17,7%. A previsão  anterior apontava para que o desemprego registasse uma taxa recorde, de  18,5%, em 2014. 

* Contribuição extraordinária mantém-se 

O Governo vai manter a aplicação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade  (CES) sobre as pensões, segundo uma versão preliminar do Orçamento do Estado  para 2014 (OE2014), à qual a Lusa teve acesso. "Independentemente da natureza da entidade pagadora, tais rendimentos  mantêm a sujeição a uma contribuição entre 3,5% e 10% para pensões mensais  que variam entre 1.350 euros e 3.750 euros, valor acima do qual se aplica  uma contribuição fixa de 10%, nos termos previstos no Orçamento do ano anterior",  refere o documento. 

* Governo quer reduzir em 3% trabalhadores nas empresas públicas 

O Governo quer que as empresas públicas e as entidades públicas empresariais  do Setor Empresarial do Estado (SEE), com exceção dos hospitais, reduzam  em, pelo menos, 3% o número de trabalhadores em relação a dezembro de 2012. Na versão preliminar do relatório que acompanha a proposta de lei do  Orçamento do Estado para 2014, a que a Lusa teve acesso, o Governo afirma  que vai continuar com a reestruturação das empresas públicas, "sem colocar  em causa" a prestação do serviço público. 

 

* Governo mantém meta de redução de pelo menos 2% de funcionários do Estado

O Governo mantém a meta de redução anual de, pelo menos, 2% do número  de trabalhadores das Administrações Públicas no próximo ano e dará prioridade  às saídas por aposentação. 

 

* Subsídio de Natal dos funcionários públicos e pensionistas pago em duodécimos

O subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos aposentados, reformados  e pensionistas será pago em duodécimos no próximo ano, segundo uma versão  preliminar do Orçamento do Estado para 2014 (OE2014), à qual a Lusa teve  acesso. De acordo o documento, o pagamento do subsídio de Natal aos trabalhadores  das Administrações Públicas, tal como em 2013, "continuará a ser efetuado  mensalmente em regime de duodécimos". 

* Governo quer agravar Imposto Único de Circulação para carros e motas  a gasóleo 

O Governo quer agravar o Imposto Único de Circulação (IUC) para os automóveis  ligeiros de passageiros e motociclos a gasóleo em 2014, através de uma taxa  adicional que varia entre os 1,39 euros e os 68,85 euros. 

 

     

 

     

 

Lusa