Em entrevista à SIC Notícias, André Inácio considera que estes não são casos isolados, exigindo um maior controlo efetivo dos membros das Forças Armadas e avaliando a situação como algo que "envergonha".
O investigador na área da Segurança, Criminologia e Direito Penal não acredita que estes sejam casos isolados, defendendo que poderá existir uma rede maior envolvida.
André Inácio, também ex-Inspetor da Polícia Judiciária e membro fundador do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo considera que situações como esta se sucedem por "porque não se limpa o que é mau", exigindo controlo efetivo.
Diz, também, que esta situação "envergonha as Forças Armadas, o país e as Nações Unidas".
Tráfico em missões militares
A Polícia Judiciária deteve, esta segunda-feira, 10 pessoas durante as buscas em 100 locais em todo o país por suspeitas de tráfico de diamantes e ouro em missões militares noutros países, como na República Centro-Africana.
Os militares sob suspeita utilizariam os meios aéreos das missões ao abrigo da Nações Unidas para fazer o transporte para a Europa.
O objetivo final era fazer chegar os produtos à Antuérpia, na Bélgica.
Para além das suspeitas de tráfico de diamantes e ouro, está também em causa a suspeita de branqueamento de capitais e fraude, com o alegado uso de criptomoedas para uma espécie de lavagem de dinheiro, com o objetivo de esconder o que teria acontecido durante as missões.
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