Orçamento do Estado 2017

Cenário macroeconómico tem projeções estatisticamente plausíveis, diz CFP

O Conselho de Finanças Públicas (CFP) considera que o cenário macroeconómico subjacente à proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) apresenta projeções "estatisticamente plausíveis", apesar dos riscos "descendentes assinaláveis".

Cenário macroeconómico tem projeções estatisticamente plausíveis, diz CFP
NUNO FOX

"Ainda que com riscos descendentes assinaláveis, o cenário macroeconómico subjacente à proposta de OE2017 apresenta projeções estatisticamente plausíveis", refere o parecer da instituição liderada por Teodora Cardoso.

De acordo com o documento, os riscos descendentes presentes no cenário macroeconómico estão, sobretudo, "ligados às previsões relativas ao saldo comercial com o exterior e à formação bruta de capital fixo, devendo sublinhar-se serem estas as variáveis-chave para a concretização do cenário projetado".

O CFP ressalva, no entanto, que o cenário macroeconómico que consta da proposta hoje entregue no parlamento apresenta "importantes alterações da trajetória esperada para a economia portuguesa relativamente à que era apresentada quer, no OE2016, quer no Programa de Estabilidade 2016-2020".

Por um lado, destaca, "é reconhecido o arrefecimento da economia que se verifica desde o segundo semestre de 2015", mas por outro "é de assinalar a substituição do consumo privado enquanto motor do crescimento económico pelas exportações e pelo investimento".

O CFP assinala, como recomendação, a necessidade de os cenários macroeconómicos subjacentes aos diferentes documentos de programação orçamental serem elaborados para o médio prazo, pois, "apenas desta forma é possível avaliar os efeitos a prazo das políticas adotadas e a sua sustentabilidade".

O Governo apresentou hoje a proposta de Orçamento do Estado de 2017 que prevê um crescimento económico de 1,5%, um défice de 1,6% do PIB, uma inflação de 1,5% e uma taxa de desemprego de 10,3%.

Para este ano, o executivo liderado por António Costa piorou as estimativas, esperando agora um crescimento económico de 1,2% e um défice orçamental de 2,4% do PIB.

Lusa