Orçamento do Estado 2017

Alterações só serão possíveis com medidas compensatórias

O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou este sábado que novas medidas propostas pelos parceiros à esquerda e que aumentem a despesa no próximo ano só serão possíveis com outras medidas que anulem esse impacto.

Alterações só serão possíveis com medidas compensatórias
NUNO FOX

"A margem de manobra está definida para este Orçamento do Estado", afirmou Mário Centeno em entrevista à RTP, acrescentando que alterações que impliquem uma subida da despesa "só serão possíveis se existirem medidas compensatórias".

O ministro tinha sido interrogado sobre se haverá espaço, durante a discussão da especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), para aumentar um maior número de pensões, respondendo também que "todos os orçamentos estão em discussão até a aprovação final".

Questionado também sobre os motivos que levaram à decisão de não extinguir a sobretaxa de IRS já em janeiro do próximo ano, ao contrário do que estava definido com os parceiros, Mário Centeno apontou que "o Governo lê a realidade económica e financeira do país e faz escolhas".

Considerando que a economia do país "não está pior", o ministro das Finanças admitiu, por outro lado, que existem "os constrangimentos normais de um país que está a recuperar de uma crise".

"Foi tomada uma decisão de extinguir a sobretaxa em 2017, mas ainda em 2017 há um pagamento da sobretaxa que não é hoje o valor que se paga da sobretaxa. Há uma redução", afirmou Mário Centeno em entrevista à RTP.

Questionado sobre se, na prática, o Governo só acaba por extinguir a sobretaxa em 2018, o ministro das Finanças respondeu: "Certo. Mas em 2017, os portugueses vão pagar menos sobretaxa. Todos os contribuintes que pagaram sobretaxa em 2016 vão pagar menos sobretaxa, e vão pagar menos sobretaxa desde logo", sublinhou.

Sobre o novo adicional ao Imposto Municipal de Imóveis (IMI), o governante garantiu que os imóveis de empresas dedicados a serviços vão estar "excluídos do aumento do imposto", recusando as críticas de descriminação feitas pela Confederação do Comércio e Serviços, cujo setor não está isento deste imposto, mas que pode deduzi-lo mais tarde em sede de IRC.

Assim, Mário Centeno admitiu que as empresas deste setor vão ter de avançar com o adicional, porque, "neste momento, os imóveis não estão identificados na Autoridade Tributária na sua finalidade produtiva mas podem e vão seguramente estar isentos".

"Isentos ficam todos", garantiu.

Lusa