Tiroteio em jornal satírico francês faz 12 mortos, Paris em alerta máximo
Pelo menos 12 pessoas morreram, incluindo dois polícias, e 10 ficaram feridas num tiroteio na sede do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris. Quatro feridos estão em estado grave. O Presidente francês, François Hollande, deslocou-se de imediato ao local, convocou uma reunião do gabinete de crise para esta tarde, e classificou o tiroteio na sede do Charlie Hebdo de "ataque terrorista". As autoridades subiram nível de segurança para alerta máximo em Paris. Os atiradores fugiram.
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Thibault Camus/AP
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De acordo com o canal de televisão iTele, uma testemunha viu dois homens encapuzados a entrar no edifício armados com Kalashnikovs. Poucos minutos depois, ouviu vários tiros e viu os homens a deixarem o local. A polícia confirma que os atiradores escaparam em dois veículos.
Num
vídeo entretanto publicado no Instagram, nas imediações do local, é possível ouvir-se vários tiros.
Os homens que atacaram a sede do jornal gritaram "vingámos o profeta", segundo testemunhas citadas por uma fonte policial.
Num vídeo do ataque, filmado por um dos ocupantes do edifício que se refugiou num telhado e difundido no site da televisão pública France Télévisions, ouve-se uma voz de homem gritar "Allahu Akbar" (Alá é Grande) entre o som de vários disparos.
O Charlie Hebdo é um jornal satírico semanal, com cartoons. Sai precisamente às quartas-feira e é conhecido por ser uma publicação irreverente, provocadora, assumidamente antirreligiosa e de esquerda.
A redação do jornal satírico já tinha sido atacada em novembro de 2011. Na altura, a sede do Charlie Hebdo foi alvo de um ataque à bomba e a página na Internet foi pirateada. Esses ataques foram associados a uma edição especial do jornal que satirizava os profetas islâmicos.
Em 2012, o jornal voltou a estar no centro de uma polémica, com a publicação de uma série de cartoons de Moamé. Poucos dias depois dessa edição, várias embaixadas dos Estados Unidos no Médio Oriente foram atacadas.
O jornal Charlie Hebdo
foi criado em 1969, a sua publicação foi interrompida em 1981, mas ressurgiu em 1992.