Ataque ao Charlie Hebdo

David Cameron diz que marcha em Paris foi comovente e solidária

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou hoje que a marcha em Paris foi "muito comovente" e expressou a vontade do povo francês e dos líderes mundiais de "mostrar solidariedade" com as vítimas dos atentados terroristas. 

© Philippe Wojazer / Reuters
Perante as perguntas dos 'media' britânicos, presentes na capital francesa, Cameron afirmou que o seu cartaz preferido foi aquele em que se lia: "Eu sou Charlie, eu sou polícia e eu sou judeu", numa alusão a algumas vítimas dos ataques perpetrados por alegados fundamentalistas islâmicos. 

"Foi muito comovente", disse o chefe do Governo britânico, antes de regressar à residência do embaixador do Reino Unido em Paris. 

"É muito significativo ver pessoas de todas as idades a dizer: 'quero estar aqui e mostrar solidariedade com aqueles que sofreram', afirmou. 

David Cameron acrescentou que, embora a marcha fosse "um movimento dos cidadãos", foi oportuna a presença de líderes de vários países, convidados pelo Presidente francês, François Hollande. 

Cameron disse que a sua presença servia para mostrar a Hollande que pode contar com o apoio do Reino Unido "em questões de segurança e de troca de informações". 

Antes do início da marcha, Cameron considerou que a ameaça terrorista vai continuar "ainda por muitos anos", lembrando que o Reino Unido enfrentava a mesma ameaça "do extremismo fanático". 

Na segunda-feira, em Londres, o primeiro-ministro britânico vai reunir-se com os chefes dos serviços de segurança britânicos para avaliar a estratégia de resposta às ameaças terroristas. 

No Reino Unido vigora atualmente o nível de alerta "grave", o segundo mais alto de cinco. 

O líder conservador sublinhou a importância de reconhecer, num dia como o de hoje, os valores europeus "da democracia e da liberdade de expressão". 

"Isto não é uma fonte de debilidade contra a ameaça terrorista, mas de força. É o que nos faz grandes economias, grandes países e grandes sociedades, e foi bom ver tudo isso em ação hoje", declarou. 

Desde quarta-feira, registaram-se três incidentes violentos na capital francesa, incluindo um sequestro, que, no total, fizeram 20 mortos e começaram com o ataque ao Charlie Hebdo. 

Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, foram mortos na sexta-feira, na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde se tinham barricado.

Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, tendo a polícia estabelecido "uma ligação" entre os dois 'jihadistas' suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino.

Na sexta-feira, ao fim da manhã, cinco pessoas foram mortas num supermercado 'kosher' (judaico) do leste de Paris, numa tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi morto durante a operação policial.

Lusa