"Vai-se atuar nas próximas horas sobre os vistos de entrada e ativos financeiros de todos os que estão machados pela violência", disse Bonino aos jornalistas após o Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia que foi convocado de urgência por causa do agravamento da situação no país.
Emma Bonino destacou que os países da UE tomaram a decisão em "coordenação" com os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, Alemanha e Polónia que se deslocaram hoje a Kiev para contactos com o presidente Yanukovitch e membros da oposição.
A ministra italiana disse ainda que as conclusões que foram aprovadas indicam "uma importante abertura no que diz respeito aos direitos da sociedade civil e dos dissidentes" acrescentando que ficou decidida o envio de ajuda médica e humanitária.
A chefe da diplomacia italiana referiu ainda que os contactos com os três ministros europeus em Kiev são constantes e que "não se podem fechar os olhos" aos atos de violência e às violações dos direitos humanos.
Após várias semanas de calma, Kiev voltou, desde terça-feira, a ser palco de violentos confrontos entre ativistas antigovernamentais e forças de segurança, que já provocaram mais de 90 mortos, 70 dos quais hoje segundo médicos que apoiam os manifestantes.
O Ministério do Interior ucraniano anunciou que distribuiu armas de guerra às forças de segurança e a polícia admitiu que está a usar balas reais nos confrontos com os manifestantes, que hoje fizeram prisioneiros 67 polícias.
No campo diplomático, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que vai enviar a Kiev, a pedido do Presidente ucraniano, um representante para participar numa mediação com a oposição e os ministros dos Negócios Estrangeiros francês, alemão e polaco encontram-se na capital ucraniana para tentar conseguir o fim dos confrontos.
A crise política na Ucrânia começou em finais de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do Presidente, Viktor Ianukovich, de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia e de reforçar as relações com a Rússia.
Lusa