Crise na Ucrânia

União Europeia vai congelar bens dos culpados pela violência na Ucrânia

A União Europeia vai ainda hoje impor o congelamento  dos bens e proibir a entrada aos ucranianos responsáveis pelos atos de violência,  anunciou a ministra italiana dos Negócios Estrangeiros, Emma Bonino. 

O corpo da polícia antimotim "Berkut" (Águia), utilizado na repressão  dos protestos populares que provocaram a queda do regime de Viktor Ianukovich, foi dissolvido poucos dias depois dos confrontos (Reuters/ Arquivo)
© Yannis Behrakis / Reuters

"Vai-se atuar nas próximas horas sobre os vistos de entrada e ativos  financeiros de todos os que estão machados pela violência", disse Bonino  aos jornalistas após o Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da  União Europeia que foi convocado de urgência por causa do agravamento da  situação no país. 

Emma Bonino destacou que os países da UE tomaram a decisão em "coordenação"  com os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, Alemanha e Polónia  que se deslocaram hoje a Kiev para contactos com o presidente Yanukovitch  e membros da oposição. 

A ministra italiana disse ainda que as conclusões que foram aprovadas  indicam "uma importante abertura no que diz respeito aos direitos da sociedade  civil e dos dissidentes" acrescentando que ficou decidida o envio de ajuda  médica e humanitária. 

A chefe da diplomacia italiana referiu ainda que os contactos com os  três ministros europeus em Kiev são constantes e que "não se podem fechar  os olhos" aos atos de violência e às violações dos direitos humanos. 

Após várias semanas de calma, Kiev voltou, desde terça-feira, a ser  palco de violentos confrontos entre ativistas antigovernamentais e forças  de segurança, que já provocaram mais de 90 mortos, 70 dos quais hoje segundo  médicos que apoiam os manifestantes. 

O Ministério do Interior ucraniano anunciou que distribuiu armas de  guerra às forças de segurança e a polícia admitiu que está a usar balas  reais nos confrontos com os manifestantes, que hoje fizeram prisioneiros  67 polícias. 

No campo diplomático, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que  vai enviar a Kiev, a pedido do Presidente ucraniano, um representante para  participar numa mediação com a oposição e os ministros dos Negócios Estrangeiros  francês, alemão e polaco encontram-se na capital ucraniana para tentar conseguir  o fim dos confrontos. 

A crise política na Ucrânia começou em finais de novembro quando milhares  de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do Presidente,  Viktor Ianukovich, de suspender os preparativos para a assinatura de um  acordo de associação com a União Europeia e de reforçar as relações com  a Rússia. 

Lusa