Crise na Ucrânia

Durão Barroso exorta Rússia a trabalhar com UE para unir a Ucrânia

O presidente da Comissão Europeia advertiu hoje que "a unidade e integridade territorial da Ucrânia tem que ser respeitada" e exortou a Rússia a trabalhar de forma construtiva com a União Europeia com vista a assegurar uma "Ucrânia unida".

© Stringer . / Reuters

"Lanço daqui um apelo a todos os nossos parceiros internacionais, em  particular a Rússia, no sentido de trabalharem de forma construtiva connosco  para garantir uma Ucrânia unida que possa ser um fator de estabilidade no  continente europeu, uma Ucrânia que tenha boas relações tanto com os seus  parceiros ocidentais como com os seus parceiros a Leste", declarou José  Manuel Durão Barroso, perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.

Recordando que a Alta Representante da União Europeia para a Política  Externa, Catherine Ashton, se encontra em Kiev para ajudar a estabelecer  pontes de entendimento, o presidente do executivo comunitário defendeu que  "uma solução durável para a crise politica e institucional (na Ucrânia)  só pode ser alcançada através de um governo de transição inclusivo, que  respeite as diferentes sensibilidades politicas e regionais, e através de  uma reforma constitucional e eleições democráticas, tal como previsto no  acordo de 21 de fevereiro". 

"Os ventos da mudança estão novamente a bater à porta da Ucrânia e a  vontade do povo deve prevalecer", concluiu. 

A crise política na Ucrânia iniciou-se há três meses, depois de o Presidente  Viktor Ianukovich suspender os preparativos para um acordo com a União Europeia,  e agravou-se em finais de janeiro, quando se registaram as primeiras mortes,  com a aprovação de leis limitando a liberdade de manifestação. 

O balanço oficial da violência dos últimos dias é de cerca de 80 mortos,  embora a oposição fale em mais de 100. 

Ianukovich foi destituído no sábado pelo Parlamento ucraniano e Olexandre  Tourtchinov, apoiante de Timochenko, é o Presidente interino da Ucrânia