A resolução foi aprovada por 100 dos 193 países membros, numa votação em que 58 países se abstiveram, 11 votaram contra e duas dezenas estiveram ausentes.
A Ucrânia, que apresentou o projeto de resolução, pediu à comunidade internacional para votar favoravelmente o texto, na expectativa de que um apoio significativo afaste a possibilidade de novas ações da Rússia no seu território.
A resolução afirma que o referendo organizado pelas autoridades pró-russas da Crimeia a 16 de março "não tem validade" porque "não foi autorizado" por Kiev e pede aos países membros que não reconheçam qualquer alteração ao estatuto da península no Mar Negro.
Apela também aos países que se abstenham de qualquer tentativa de alteração das fronteiras da Ucrânia através da ameaça, do uso da força ou outros meios ilegais e apela ao diálogo para uma resolução pacífica da crise.
"Estou convencido de que uma votação forte vai contribuir para deter novas ações agressivas", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Deschitsia à Assembleia antes da votação.
"Envia uma mensagem fundamental de que a comunidade internacional não vai permitir que o que ocorreu na Crimeia, crie um precedente que desafia as nossas regras", acrescentou.
"O que aconteceu no meu país é uma violação direta da Carta da ONU (...) e aconteceu no coração da Europa em pleno século XXI", afirmou.
A resolução ucraniana teve mais êxito que um texto semelhante aprovado em 2008, durante a crise na Geórgia, adotado com 48 votos a favor, 19 contra e 78 abstenções.
O texto apresentado pela Ucrânia não faz referência direta à Rússia, para maximizar o número de votos. Por outro lado, é semelhante à proposta de resolução apresentada pelos Estados Unidos ao Conselho de Segurança a 19 de março, vetada pela Rússia.
Além da Rússia, votaram contra a resolução a Arménia, Bielorrússia, Bolívia, Coreia do Norte, Cuba, Nicarágua, Síria Sudão, Venezuela e Zimbabué.
O Brasil, a China e a Índia estão entre os países que se abstiveram.
Com Lusa