"Dado o brusco agravamento da situação no leste da Ucrânia, exijo que todas as forças armadas ucranianas regressem às bases (...) e que seja imediatamente aberto um diálogo de paz com os dirigentes escolhidos pelas populações das regiões do leste", disse Ianukovitch.
"Estão a um passo de um banho de sangue (...) Parem!", acrescentou.
Dirigindo-se "aos militares e aos membros das forças especiais", Ianukovich pediu-lhe que "não ultrapassem os limites" e "não executem ordens criminosas".
Na mensagem, a quarta desde que foi destituído e se exilou na Rússia, Ianukovich defendeu a necessidade de cada região da Ucrânia organizar um referendo sobre a federalização do país e o reforço das competências regionais.
O ex-presidente voltou também a defender a realização de um referendo nacional sobre o sistema político -- presidencialista ou parlamentar -- e outra consulta sobre uma reforma constitucional.
Só então, sustentou, é possível realizar eleições legislativas e presidenciais.
"Esta é a única via para manter a integridade da Ucrânia. Se isto não for feito, o nosso país ver-se-á condenado à desintegração, dificilmente pacífica. Provavelmente através de uma guerra civil", disse.
Ianukovich fugiu para a Rússia depois de ter sido deposto, em finais de fevereiro, ao fim de três meses de contestação nas ruas pela sua decisão de suspender a aproximação à União Europeia e de reforçar laços com a Rússia.
O seu afastamento e a subida ao poder em Kiev de partidos apoiados pelo Ocidente desencadearam forte contestação nas regiões do leste e sudeste da Ucrânia, a que se seguiu a anexação da península da Crimeia e, nas últimas semanas, pela ocupação de edifícios governamentais por forças pró-russas em várias cidades.
Com Lusa