A Igreja Católica reafirmou a sua posição em relação ao aborto em todas as circunstâncias. Na América do Sul são muitas as mulheres que tentam interromper a gravidez com medo que os seus futuros filhos possam ter microcefalia.
"Não se trata apenas do aumento do acesso ao aborto e das drogas utilizadas para abortar, trata-se de uma resposta ilegítima a esta crise, terminar com a vida de uma criança não é algo preventivo", disse o representante da Santa Sé na ONU, durante o lançamento de uma campanha de 50 milhões de euros pela Organização Mundial da Saúde para combater a propagação do vírus Zika.
Estima-se que cerca de 4.000 bebés tenham nascido com microcefalia, situação que tem sido associada à infeção das mães com o vírus Zika por picadas de mosquito.
"Deve-se dizer que o diagnóstico de microcefalia numa criança não significa uma sentença de morte", referiu o arcebispo Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé na ONU. Se assim fosse seria "a confirmação de um fracasso da comunidade internacional para travar a propagação da doença", acrescentou.
O aborto é proibido ou altamente restrito em grande parte dos países afetados pelo Zika. No início deste mês, a Igreja Católica no Brasil manifestou-se contra a alteração que permite as mulheres infetadas com o vírus abortar.
Os governos aconselharam as mulheres a adiar a gravidez por um período de dois anos, enquanto os organismos internacionais pediram uma suavização das leis que proíbem o aborto.