Segundo a OMS, há 7500 caos suspeitos de infeção por vírus Zika e três bebés nasceram com microcefalia - doença em que as crianças nascem com cérebro e crâneo pequenos.
O facto de o vírus ser da mesma estirpe daquele que está ativo no continente americano "é muito preocupante já que mostra que a epidemia está a alastrar além da América do Sul e está à porta de África, diz a agência da ONU.
A designada estirpe asiática do vírus infetou cerca de 1,5 milhões de pessoas só no Brasil e foi detetado em Cabo Verde através do sequenciamento dos casos de Zika neste país.
"É o mesmo material genético do vírus no Brasil", disse a porta-voz da OMS Marsha Vanderford à agência France Presse.
Até 08 de maio tinham sido registados em Cabo Verde 7.557 casos suspeitos de Zika, assim como três casos de microcefalia, disse a OMS.
Segundo Moeti, "a descoberta é motivo de preocupação porque é mais uma prova de que o surto se está a espalhar para além da América do Sul e está à porta de África".
"Esta informação ajudará os países africanos a reavaliarem o seu nível de risco e a adaptarem e reforçarem os seus níveis de preparação", adiantou.
A OMS crê que a estirpe asiática do Zika chegou a Cabo Verde através de alguém que veio do Brasil, antes de começar a espalhar-se localmente.
A estirpe africana do vírus, com o nome da floresta tropical Zika no Uganda, onde foi descoberto pela primeira vez em 1947, está espalhada no continente há décadas.
Até recentemente, o Zika causava pouca preocupação dado vulgarmente provocar apenas sintomas leves semelhantes aos da gripe e os africanos em geral adquiriram imunidade em relação à estirpe do continente.