Joe Berardo disse à Lusa que a escolha foi unânime no Conselho de Administração da Fundação, que a ministra da Cultura "também gostou da escolha" e que o próprio Jean-François Chougnet tinha apontado o nome de Pedro Lapa para a direção artística do Museu.
"É um homem acostumado a dirigir um museu com um orçamento muito reduzido e tem experiência internacional", sublinhou Berardo, que acrescentou que Lapa "fez as coleções do Museu do Chiado e da Fundação Ellipse e até trabalhou no Museu (Berardo) no início".
Segundo Joe Berardo, concorreram a este lugar mais de 200 pessoas de todo o mundo, "e nós nem sequer tínhamos aberto concurso internacional, mas estas notícias voam".
Nascido em Lisboa, em 1960, Pedro Lapa foi diretor do Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea entre 1998 e 2009, ano em que deixou a instituição ao ser substituído no cargo por Helena Barranha, em resultado de um concurso do Instituto dos Museus e da Conservação.
Encontrava-se desde 1990 no quadro de especialistas do museu, na altura dirigido pela especialista em História da Arte Raquel Henriques da Silva.
Lapa é atualmente professor na faculdade de Letras de Lisboa, função que tenciona manter a par da direção artística do Museu Berardo.
Participou na criação do projeto museológico de raiz, reunindo uma grande coleção de arte portuguesa do país desde 1850 até à atualidade, e criou exposições marcantes como a primeira retrospectiva do escultor Jorge Vieira e uma retrospetiva de Man Ray, com mais de 300 obras.
Entre 1996 e 1997 foi também conservador de arte contemporânea do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém, onde apresentou a exposição "Life/Live", com artistas conceituados da arte contemporânea no Reino Unido, como John Latham e Douglas Gordan, e uma mostra dedicada à obra de Francis Picabia.
Em Moscovo, em 2001, apresentou uma retrospectiva do pintor português Amadeo de Souza-Cardoso no Museu Puchkin de Belas-Artes, por ocasião da visita do então Presidente da República Jorge Sampaio.
Em 2000, Pedro Lapa foi convidado para comissariar a representação portuguesa na 49. Bienal de Veneza, indicando como artista João Penalva.
Pedro Lapa foi galardoado com o Prémio Grémio Literário 2007 pelo ensaio "Columbano Bordalo Pinheiro, uma Arqueologia da Modernidade", também atribuído pelo comissariado da exposição "Columbano Bordalo Pinheiro 1874-1900", realizada no Museu do Chiado no mesmo ano.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Lusa