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Cavaco elogia "imensa originalidade" do universo ficcional de Mia Couto 

O Presidente da República de Portugal, Cavaco  Silva, considerou hoje que a atribuição do Prémio Camões ao escritor moçambicano  Mia Couto foi uma decisão "justa e clarividente" e elogiou a "imensa originalidade"  do seu universo ficcional. 

O Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, considerou que a atribuição do Prémio Camões ao escritor moçambicano Mia Couto foi uma decisão "justa e clarividente" e elogiou a "imensa originalidade" do seu universo ficcional. (Foto Lusa do dia 10 de junho de 2013)
MARIO CRUZ
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2007 - O escritor moçambicano Mia Couto é distinguido com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas 2007
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Na cerimónia de entrega do Prémio Camões a Mia Couto, no Palácio de  Queluz, o chefe de Estado português agradeceu a presença da Presidente da  República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff, e assinalou o facto de esta  ocorrer no dia 10 de junho. 

Com Dilma Rousseff ao seu lado, Cavaco Silva afirmou: "O seu gesto,  senhora Presidente, tem um significado muito especial, que quero sublinhar,  porque ocorre no Dia de Portugal, que é também o Dia de Camões, a data em  que celebramos o universalismo da Língua Portuguesa. Na verdade, é um traço  de união que celebramos neste Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas".

"Felicito, com afetuosa admiração, o escritor Mia Couto, bem como o  júri que decidiu atribuir-lhe este galardão. Foi uma decisão justa e clarividente",  acrescentou. 

Cavaco Silva referiu-se a Mia Couto como "um dos mais reconhecidos e  versáteis autores da lusofonia contemporânea", que "construiu, ao longo  de uma sólida carreira, um universo ficcional próprio, de imensa originalidade,  que se singulariza por confrontar as suas personagens - e também os seus  leitores - com as grandes interrogações e os grandes dilemas da existência  humana". 

O Presidente português disse que "Mia Couto reconstrói o tempo e o modo  moçambicanos, as tradições e a oralidade da sua terra natal, aquela que  foi terra sonâmbula e hoje constitui um dos países mais promissores do continente  africano". 

No seu entender, o escritor moçambicano "situa o património riquíssimo  de imagens e de sonoridades, de cores e de memórias de Moçambique no espaço  imenso da lusofonia, concebendo novas geografias e vastos territórios onde  se desenrolam as suas histórias", que classificou como "histórias de humanidade  e liberdade". 

Cavaco Silva mencionou que a obra de Mia Couto se estende "por todos  os géneros literários, da poesia ao conto, passando pela crónica ou pelo  romance" e é composta por "três dezenas de livros publicados, traduzidos  em mais de vinte países". 

Dessa obra, destacou um conto infantil "em que a personagem principal,  uma criança, consegue ver o mar graças ao poder evocativo da palavra", acrescentando  que é precisamente o "poder evocativo da palavra" que o Prémio Camões celebra.

'Chego ao fim', diz-se nas últimas páginas de 'A Confissão da Leoa',  um dos mais belos romances de Mia Couto. Porém, o narrador acrescenta, logo  de seguida: 'Todo o fim é um início'. Saúdo todos os presentes, na convicção  de que esta cerimónia seja também um novo início. A língua portuguesa é  uma língua viva e pujante, que todos os dias se renova e reinventa, seja  na escrita de grandes autores como Mia Couto, seja no falar quotidiano de  milhões de seres humanos", concluiu.  

Antes, o chefe de Estado português recordou que o Prémio Camões fora  criado em 1988 pelos governos de Portugal e do Brasil e tem distinguido  autores de língua portuguesa de "praticamente todo o universo lusófono",  tendo o primeiro galardoado sido o português Miguel Torga. 

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, o antigo Presidente  da República de Portugal Jorge Sampaio e os ministros portugueses dos Negócios  Estrangeiros, Paulo Portas, da Economia, Álvaro Santos Pereira, da Saúde,  Paulo Macedo, e da Educação, Nuno Crato, foram alguns dos convidados que  assistiram a esta cerimónia. 

Em representação do governo brasileiro, estiveram presentes, entre outros,  os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Cultura, Marta  Suplicy, da Educação, Aloísio Mercadante. 

Lusa