Cultura

Conservatório leva cortejo fúnebre por Lisboa contra o "enterro da música"

Em marcha lenta, e praticamente em silêncio, os alunos do Conservatório de Lisboa levaram hoje um cortejo fúnebre pelas ruas da baixa lisboeta, para alertar o Governo e quem por eles passava, para a necessidade de obras da escola. Da Escola de Música do Nacional (EMCN) ao Largo Camões e daí para o Rossio, para depois fazer o percurso de volta, cerca de uma centena de alunos de música levaram hoje pelas ruas cartazes, faixas, fotografias ilustrativas da degradação do edifício que alberga a escola e, simbolicamente, um caixão. O trajeto, que até ao Largo Camões decorreu sem pressas, ao toque de um rufar de tambor que acentuava o silêncio dos manifestantes, teve na sua primeira paragem o momento mais simbólico do protesto, com uma breve atuação dos alunos. Junto à estátua do poeta Luís Vaz de Camões interpretaram a 'Marcha Fúnebre' de Chopin, para colegas, professores, e alguns turistas que passavam pela zona do Chiado, que se juntaram para ver e quiseram saber do que se tratava.  Dez salas foram encerradas por motivos de segurança, na sequência de uma vistoria da Câmara Municipal de Lisboa, em fevereiro. Na passada semana, os alunos fecharam a escola a cadeado e concentraram-se à porta do edifício, num protesto apoiado por pais e professores. A diretora insiste ainda na necessidade de reunir com o ministro Nuno Crato, tendo já apresentado um pedido, ao qual não obteve ainda resposta. (Fotos Lusa)