Peter Ross Range, correspondente do The Washington Post na Alemanha, considera que não há nenhuma razão para pensar que o manifesto de Hitler é responsável pela hostilidade em relação aos refugiados. Em 1.966 páginas, a edição de dois volumes tem 3.700 notas de rodapé e anotações académicas.
Esta nova edição é destinada principalmente a professores, académicos e jornalistas - "multiplicadores de conhecimento", nas palavras do historiador Andreas Wirsching, diretor do reconhecido Instituto de História Contemporânea de Munique, que publicou o livro. Mas, o novo "Mein Kampf" tornou-se, obviamente, num objeto de intensa curiosidade pelo mais diverso público.
A súbita popularidade do livro deve, no entender de Peter Ross Range, ser vista como um bom sinal. Isto significa que os alemães, mesmo três gerações após a guerra, ainda procuram compreender o que correu mal. Os jovens alemães de hoje, criados em plena democracia, querem saber mais sobre a sua história. Importa também não esquecer que "Mein Kampf" tem sido até agora tratada como material de tabu, o que também poderá contribuir para uma maior curiosidade sobre a obra, refere o correspondente do The Washington Post.