O Óscar de Melhor Documentário foi entregue a “Navalny”, uma produção que retrata os eventos da tentativa de assassinato e detenção do opositor ao regime russo Alexei Navalny. Moscovo já reagiu a esta vitória e acusou Hollywood de “politizar” o cinema.
“Navalny”, dirigido por Daniel Roher, mostra a ascensão política do líder russo da oposição que, em 2020, foi envenenado e posteriormente detido, tendo sido, em 2022, condenado a nove anos de prisão por acusações de fraude.
A Rússia reagiu à vitória do documentário pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que referiu que ainda não tinha visto a produção audiovisual, mas que supõe que “exista um certo elemento de politização do tema”.
O representante do Kremlin acrescentou ainda que não pode falar acerca dos “méritos cinematográficos da obra”, uma vez que não está “familiarizado” com ela.
Moscovo nega autoria do envenenamento
A Rússia continua a negar qualquer responsabilidade relativamente ao envenenamento do ativista russo que está preso há mais de dois anos, apesar de Navalny ter recusado sempre a versão do Kremlin.
As homenagens a Navalny
Yulia, esposa do opositor de Putin, subiu ao palco aquando da entrega do Óscar de Melhor Documentário e proferiu palavras de apoio ao cônjuge.
"O meu marido está na prisão pelo simples facto de ter dito a verdade. O meu marido está na prisão simplesmente porque defende a democracia", afirmou.
O realizador Daniel Roher também aproveitou a ocasião para dedicar o prémio “a Navalny e a todos os presos políticos do mundo”.
"Alexei, o mundo não se esqueceu da tua mensagem vital para todos nós. Não podemos, não devemos ter medo de nos opor aos ditadores e ao autoritarismo, onde quer que ele surja", acrescentou Daniel Roher.