Conhecido por ser um homem de causas e de democracia, Francisco Buarque de Holanda sempre mostrou preocupações políticas e sociais com fortes mensagens, tanto nos livros como na música.
Exemplo disso é o lançamento da música “Tanto Mar”, na década de 70. Uma saudação à Revolução do 25 de Abril em Portugal. Na época, o Brasil vivia uma ditadura militar e a letra foi censurada.
Não foi a única música alvo de opressão. Durante o período mais repressivo da ditadura militar no Brasil, o artista exilou-se em Itália. Foi de lá que escreveu músicas contra o sistema no país.
Apesar da repressão, anos mais tarde a música "Apesar de Você" e “Cálice” tornaram-se hinos da luta contra o regime.
Mas o trabalho do mestre do romance em português não se limita à música e soma uma forte vertente literária. Há especialistas que consideram as letras de Chico Buarque "um poema raro de se fazer".
Foi na década de 70 que se aventurou na indústria livreira com “Fazenda Modelo”. Quando tinha quase 50 anos fez uma pausa na carreira musical, durante mais de um ano, para escrever o primeiro romance, conquistou o mais importante galardão literário brasileiro.
"Leite derramado" é outro exemplo de um livro vencedor, foi premiado em Portugal e no Brasil.
Natural do Rio de Janeiro, nasceu numa família de artistas. É filho da literatura e da música. O pai era um historiador e jornalista, a mãe pintora e pianista.
Em adolescente era apelidado de “carioca” e é precisamente esse o nome que dá ao disco lançado em 2006.
Dezassete anos depois, já com 78 anos, o dramaturgo e romancista é agora homenageado pela vertente da Literatura. É o 13º brasileiro a receber o Prémio Camões.