Embora nenhum título do nosso país concorra para a Palma de Ouro da 76ª edição do Festival de Cannes (arranca esta terça-feira, dia 16), a presença da produção com marca portuguesa é significativa e diversificada na Côte d’Azur.
O destaque vai para a curta-metragem de Pedro Costa, “As Filhas do Fogo”, elaborada a partir de um espectáculo dos Músicos do Tejo — incluída na selecção oficial, extra-competição, será exibida em duas sessões, uma vez com um trabalho póstumo de Jean-Luc Godard, outra com um filme de Wang Bing. Com marca portuguesa será possível descobrir ainda:
— três curtas do projecto Factory que, todos os anos, escolhe um país para cineastas emergentes realizarem filmes com cineastas de outros países: a escolha recaíu no norte de Portugal (“North Portugal Factory”), com supervisão da produtora Bando à Parte; os três nomes portugueses são André Guiomar, Mário Macedo e Marina Bártolo — os seus trabalhos passam na Quinzena dos Realizadores.
— ainda na Quinzena, será apresentado o mais recente trabalho de Filipa Reis e João Miller Guerra, “Légua”, cruzando os retratos de três mulheres numa antiga casa senhorial do norte de Portugal; Carla Maciel , Fátima Soares e Vitória Nogueira da Silva surgem nos papéis principais.
— na competição de Un Certain Regard, João Salaviza e Renée Nader Massera reaparecem com “A Flor do Buriti”, mais uma produção luso-brasileira sobre os índios Krahô, depois de “Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos” (2018).
O festival decorre até dia 27. A escolha da Palma de Ouro está a cargo de um júri presidido pelo sueco Ruben Östlund. Recorde-se que Östlund é um dos poucos cineastas que já ganhou duas vezes a Palma de Ouro, com “O Quadrado” (2017) e “O Triângulo da Tristeza” (2022) — este é o video oficial de apresentação do certame.