O sonho de Lourenço era ambicioso: tocar em palco com os Coldplay. Mas o fã português não desistiu e, em Coimbra, foi difícil acreditar quando Chris Martin, vocalista da banda, apontou para ele e o chamou ao palco.
“Foi o sonho da minha vida tornado realidade”, contou à SIC Notícias Lourenço Lampreia.
E era mesmo esse o repto que levava escrito num cartaz para o primeiro concerto dos Coldplay em Coimbra: “Podem tornar o sonho da minha vida realidade? Posso tocar ‘The Hardest Part’ para vocês?”.
O fã português pediu e os Coldplay alinharam
“Era uma ideia irrealista. Eles fazem [chamar fãs ao palco], mas não é muito comum. Quando vi que já tinha acontecido noutros países, pratiquei a música muitas vezes, fiz um cartaz, fui muito cedo para a fila e… resultou”, conta, entre risos.
Resultou mesmo. É que, a meio do concerto, Chris Martin aponta para o jovem português no meio do público e chama-o ao palco. O momento ficou registado em vídeo para a posterioridade, até porque, na altura, foi difícil para Lourenço acreditar que tudo aquilo estava a acontecer.
“Ainda estou a tentar processar o que aconteceu. Estava com o cartaz, ele aponta para mim e acho que ia caindo”, recordou o jovem. Mas os seguranças rapidamente o puxaram para subir para o palco e foi aí que a ficha começou a cair.
“Pensei ‘isto está mesmo a acontecer’. Deram-me os auscultadores ligados ao sistema de som para ouvir bem os instrumentos, subo as escadas e vou ter com o Chris. Senti que estava fora de mim até começar a tocar”.
O medo de falhar, que confessou ter sentido, não o travaram e Lourenço lançou-se ao piano. No estádio de Coimbra, ouviram-se as primeiras notas da música “The Hardest Part”, lançada em 2005 no álbum “X&Y”.
Questionado sobre o porquê daquela música em particular, Lourenço explica que é uma das suas favoritas da banda. Não consegue eleger ‘a’ favorita, mas “The Hardest Part” está certamente no top. “É muito interessante musicalmente”, explicou.
No fim da curta atuação, Chris Martin abraçou Lourenço e o jovem voltou para o meio do público. Sonho cumprido: tocou mesmo em palco com os Coldplay.
O momento também foi partilhado pela banda britânica nas redes sociais.
Coldplay em dose… tripla
A noite “inacreditável” e “inesquecível” foi passada quase em branco, é que a excitação do que tinha acabado de acontecer não deu lugar ao sono. Até porque esta quinta-feira há mais um concerto para ver. E sábado também. Lourenço vai a três dos quatro concertos da banda britânica em Portugal.
“Se não fosse por eles não o faria. Vou assistir outra vez porque são os Coldplay, vale a pena”, garantiu à SIC Notícias.
E apesar de “não querer banalizar” o momento “especial e único” que aconteceu na noite de quarta-feira, não recusaria subir ao palco novamente se a banda o voltasse a convidar.
“Os estádios enchem de pessoas que os querem ver e eles partilharem o palco com um fã que tinha este sonho não era algo que tivessem que fazer. [Se os conhecesse] agradecia muito e diria o quão especiais e importantes são na minha vida, enquanto inspiração, são modelos para mim”.
“Não sabia que a música nos podia fazer sentir daquela maneira”
Os Coldplay surgiram na vida de Lourenço em 2015, pouco tempo antes de lançarem “A Head Full of Dreams”, mas foi um álbum anterior que conquistou o jovem fã português, revelou à SIC Notícias.
“‘Ghost Stories’ fez-me sentir algo que não sabia que a música nos podia fazer sentir daquela maneira. Quando saiu o álbum seguinte, comecei a explorar ainda mais”.
E foi em 2022 que os viu ao vivo pela primeira vez, em Paris, uma experiência que classifica de “completamente diferente” e “inesquecível”. Por isso, quando anunciaram que a tour passaria também por Portugal, Lourenço não hesitou. Foi para a fila “bem cedo” e conseguiu os tão desejados bilhetes para Coimbra.
Um sonho cumprido, falta outro
E se um dos sonhos já foi concretizado, há outro que Lourenço continua a perseguir: a música.
“Quando era pequeno tinha aulas de guitarra, mas não gostava e acabei por sair. Depois comecei a tocar piano sozinho, por tentativa e erro. Até que comecei a querer levar mais a sério e comecei a ter aulas. Fui evoluindo até chegar aqui”, revelou à SIC Notícias.
Agora tem uma banda - os “Estrela Polar” - e estão em fase de criar repertório. Já dão concertos e o verão promete trazer alguns espetáculos.
“Seguir música é um sonho. Espero conseguir aproveitar este momento ao máximo e criar algum ‘momentum’ para seguir em frente”.