A taxa de inflação na Suécia retrocedeu para 9,7% no mês de maio o que, aparentemente seria um bom sinal. Mas não foi bem assim. Os mercados financeiros estimaram a inflação nos 9,4%, mas parece que o “efeito Beyoncé” alterou esta projeção na Suécia.
Beyoncé anunciou a digressão mundial “Renaissance” sete anos depois e gerou automaticamente uma corrida desenfreada às bilheteiras. Não é por menos, visto tratar-se de uma das artistas musicais mais famosas, tendo este ano feito história por ter sido a mais premiada de sempre nos Grammys.
À elevada procura por bilhetes juntou-se também a busca por voos, estadias e restaurantes. Com isto, entende-se que a Suécia beneficiou de um “boom” no turismo. Mas isso não agradou ao país nórdico. Alguns economistas consideram que o “efeito Beyoncé” contribuiu para aumentar em 0,3 pontos percentuais a inflação estimada.
Foi em Estocolmo que a digressão “Renaissance” arrancou, no dia 10 de maio, e reuniu 46.000 fãs no estádio “Friends Arena”. A maioria terá partido dos EUA para escapar à enorme procura por bilhetes.
O economista do Danske Bank (dinamarquês), Michael Grahn, disse à BBC que o sucesso de Beyoncé ajudou a impulsionar o turismo, mas também pode ter sido a força por trás do aumento inesperado nos preços de recreação e cultura.
"Não culparia a Beyoncé pela impressão de alta inflação, mas o desempenho e a demanda global para vê-la na Suécia aparentemente aumentaram um pouco", revelou.
Para uma estrela ter tal impacto é "muito raro", disse o economista à BBC, acrescentando que grandes eventos desportivos, como futebol, podem ter um efeito semelhante.
Porém, espera que em junho a taxa de inflação "volte ao normal".
A inflação na Suécia atingiu o pico em dezembro de 2022, tendo apresentado uma inflação de 12,3%. A taxa de 9,7% em maio de 2023 caiu face ao mês de abril que apresentou 10,5%, de acordo com dados oficiais.