Cultura

Câmara do Porto manda fechar lojas de centro comercial e deixa 500 músicos desalojados

O espaço é usado sobretudo para ensaios de músicos e bandas, que foram surpreendidos com as diligências da Polícia Municipal. Mais de 500 artistas ficam sem “ter para onde ir”.

Quase 500 músicos ficam sem ter "para onde ir" após a ação da Polícia Municipal
Quase 500 músicos ficam sem ter "para onde ir" após a ação da Polícia Municipal
JOSÉ COELHO

A Câmara Municipal mandou, esta terça-feira, a Polícia Municipal fechar 105 das 126 lojas do centro comercial STOP, na Rua do Heroísmo, no Porto. Em causa está a “falta de licenças de utilização para funcionamento”, justificou a autarquia.

O espaço é usado sobretudo para ensaios de músicos e bandas, que foram surpreendidos com as diligências da Polícia Municipal. Segundo a Associação de Músicos do Centro Comercial STOP, mais de 500 músicos ficam “sem ter para onde ir”.

Do total de 126 lojas, apenas as "21 que possuem as devidas licenças de utilização poderão continuar a funcionar normalmente, não se tratando este de um processo de encerramento do centro comercial", explica a autarquia em comunicado.

A Câmara do Porto diz que este é um processo que se arrasta há mais de 10 anos.

Músicos protestam, autarquia diz que “não há condições”

Nos últimos meses, foram vários os apelos de artistas e de movimentos culturais da Invicta pela manutenção do centro comercial.

A administração do condomínio chegou a admitir que não tem dinheiro para as obras necessárias para cumprir as normas de segurança.

A Câmara Municipal do Porto já tinha avisado, em novembro do ano passado, que o Stop não tem "condições de segurança e salubridade" para se manter em funcionamento.