Cultura

Greve em Hollywood dura há 100 dias

A paralisação é considerada a maior dos últimos 60 anos. A greve dos argumentistas dura desde maio e a dos atores desde meados de julho. Os argumentistas reivindicam contrato com "pagamento justo" e proteções. Já os atores lembram que a remuneração foi "severamente desgastada" na última década.

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A greve dos argumentistas de Hollywood dura há 100 dias. A paralisação é considerada a maior dos últimos 60 anos e já obrigou ao adiamento da cerimónia dos Emmy, marcada para setembro.

O sindicato exige aumentos salariais, melhores condições de trabalho e direitos de autor nos novos contratos.

A greve, que começou em maio, interrompeu a produção de televisão e cinema dos Estados Unidos.

O sindicato dos atores também se juntou ao protesto em julho.

Além disso, esta greve tem também como objetivo alertar para a regulação da inteligência artificial e o streaming, que são os principais desafios que o setor do audiovisual vai enfrentar.

A greve dos argumentistas dura desde maio e a dos atores teve início em meados de julho, tendo avançado depois de nenhum destes sindicatos ter conseguido renovar os seus acordos coletivos com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), que representa os estúdios da Netflix, Amazon, Apple, Disney, Warner Bros., Discovery, NBC Universal, Paramount e Sony.

No caso dos argumentistas, o sindicato reivindica "um novo contrato com pagamento justo" que reflita o valor dos contributos dos guionistas para o sucesso das empresas e inclua proteções "para garantir a sobrevivência da escrita como profissão sustentável".

Já o sindicato dos atores lembra que na última década a remuneração dos intérpretes e 'performers' foi "severamente desgastada pela ascensão do ecossistema de 'streaming'", e o desenvolvimento da Inteligência Artificial passou a representar "uma ameaça existencial para as profissões criativas".

Adiamento dos Emmy

A greve levou já ao adiamento da cerimónia dos Emmy, os prémios norte-americanos de televisão, marcada para 18 de setembro.

A última vez em que houve um adiamento da cerimónia dos Emmy foi em 2001 por causa dos atentados terroristas de 11 de setembro desse ano em Nova Iorque.

A edição deste ano dos Emmy é liderada pela última temporada da série "Succession", criada por Jesse Armstrong, exibida no 'streaming' pela HBO Max, com 27 nomeações.

Com 24 nomeações surge "The Last of Us", a transposição de um videojogo para série de ficção.

As outras duas séries mais nomeadas são "The White Lotus" e "Ted Lasso" (Apple TV), com 23 e 21 nomeações, respetivamente.

Destaque ainda para a série "O gabinete de curiosidades de Guillermo del Toro", deste autor mexicano para a Netflix, que valeu uma nomeação para o luso-canadiano Luís Sequeira numa categoria de guarda-roupa em conjunto com Ann Steel e Heather Crepp.