Apanhando todos de surpresa (ou não), Joe Berardo voltou, esta semana, a ser notícia. Em entrevista à revista Sábado, o empresário madeirense contou que pagou dois milhões de euros pelo edifício do seu novo museu, em Azeitão. Pouco se sabe mas é certo que será maior do que o espaço da coleção do CCB.
Em exclusivo na SIC Notícias, o ministro da Cultura comentou a novidade, à margem do festival MEO Kalorama, e deixou desde já uma certeza.
“Tendo em conta aquilo que tem sido o litígio, as providencias cautelares, (…) o senhor Joe Berardo tem tido toda a espécie de iniciativa junto dos tribunais naquilo que tem a ver com a decisão que eu tomei de denuncia do protocolo de comodato, portanto era o que mais faltava ter qualquer tipo de relação, os comportamentos ficam com quem os tem. O senhor Joe Berardo é livre de abrir os museus que quiser, eu naturalmente não conto estar presente", afirmou Pedro Adão e Silva.
E sobre o novo museu, o que sabe? “Desconheço em absoluto que coleções são essas, que peças são essas, e quantos metros tem o museu", disse.
Ainda assim, reiterou, “é uma iniciativa de um privado”, e os privados, concluiu, “são livres de abrirem os museus que quiserem, o importante é que haja um princípio, uma lógica, uma organização expositiva [como] aquilo em que estamos a trabalhar no museu que vai abrir em outubro no CCB”.
Onde anda Joe Berardo?
Aos 79 anos, Joe Berardo aceitou dar pormenores à revista Sábado sobre como tem vivido desde 29 de junho 2021, ano em que foi detido, juntamente com o seu advogado André Luiz Gomes, por suspeitas de burla, fraude fiscal e branqueamento de capitais por prejuízos de mil milhões de euros à banca.
Esta quinta-feira, o empresário voltou a ser capa de revista mas porque estás prestes a inaugurar um novo museu junto ao Palácio da Bacalhôa, que adquiriu há mais de 20 anos, diz.
Segundo o próprio, o Bacalhôa Berardo Collection (nome do novo museu) tem cerca de dez mil metros quadrados e conta já com 500 obras instaladas no espaço.
Um museu ainda maior do que o espaço, que lhe foi arrestado pelo Estado quando foi detido, no Centro Cultural de Belém (CCB)
À Sábado contou que pagou dois milhões de euros pelo edifício, recusando-se, porém, revelar qual o valor total do investimento.
Atualmente o empresário divide o seu tempo entre a residência - um apartamento na Avenida Infante Santo em Lisboa - , o Berardo Museu Art Deco (B-MAD) e a Quinta da Bacalhôa.
Joe Berardo confirma ainda que continua a frequentar os mesmos restaurantes a que ia antes de ser detido, e até já tem em mente um novo projeto: um museu de arte em Estremoz.