Dois anos depois de ter sido detido pela Polícia Judiciária, o empresário madeirense Joe Berardo prepara-se para inaugurar um novo museu junto à Quinta da Bacalhôa, em Azeitão, tendo revelado que pagou dois milhões de euros pelo edifício.
Aos 79 anos o suspeito de burla, fraude fiscal e branqueamento de capitais por prejuízos de mil milhões de euros à banca, continua com o estilo de vida luxuoso.
Joe Berardo aceitou dar pormenores à revista Sábado sobre como tem vivido desde 29 de junho 2021, ano em que foi detido juntamente com o seu advogado André Luiz Gomes.
O novo museu do empresário vai ser inaugurado junto ao Palácio da Bacalhôa, que adquiriu há mais de 20 anos.
O Bacalhôa Berardo Collection tem cerca de 10 mil metros quadrados e já conta com 500 obras instaladas no espaço.
Este museu é ainda maior do que o espaço da coleção do CCB que lhe foi arrestado pelo Estado quando foi detido.
À Sábado contou que pagou dois milhões de euros pelo edifício, recusando-se revelar qual o valor total do investimento.
Atualmente o empresário divide o seu tempo entre a sua residência, um apartamento na Avenida Infante santo em Lisboa, o Berardo Museu Art Deco (B-MAD) e a Quinta da Bacalhôa.
Joe Berardo confirma que continua a frequentar os mesmos restaurantes que ia antes de ser detido, e até já tem em mente um novo projeto, mais um museu de arte em Estremoz.
Fuga ao fisco e detenção
Berardo declara ao fisco pouco mais de 2.500 euros, sendo que parte da sua pensão está penhorada mas o estilo de vida manteve-se.
Dois anos antes de ser detido, Berardo dava explicações ao Parlamento sobre sobre os créditos ruinosos na Caixa Geral de Depósitos, acabando por ser detido em junho de 2021 por suspeitas de burla, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Em causa está um prejuízo de mil milhões de euros a três bancos: Banco Comercial Português (Millennium BCP), Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco.
Quatro anos depois da detenção de Joe Berardo ainda não há acusação.