Cultura

Ministério da Cultura vai condecorar galerista Helga de Alvear

A galerista e colecionadora espanhola vai ser condecorada na quinta-feira com a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura de Portugal, em Cáceres, Espanha.

Ministério da Cultura vai condecorar galerista Helga de Alvear
Carlos Alvarez/Getty Imagens

Foi esta terça-feira anunciada a condecoração de Helga de Alvear. A cerimónia de atribuição do prémio irá decorrer na quinta-feira, às 17:30h, com a presença do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, durante a inauguração de uma exposição antológica do artista Carlos Bunga no Museu Helga de Alvear, confirmou o Ministério da Cultura à Lusa.

O museu, localizado em Cáceres (Espanha), irá abrir a sua temporada de exposições com "Performar a natureza", que inclui trabalhos especialmente produzidos para o espaço museológico e uma performance inédita do artista às 19:30h. Na cerimónia de condecoração estará também presente o ministro da Cultura de Espanha, Ernest Urtasun, o presidente da câmara de Cáceres, Miguel Ángel Morales, e a presidente da Junta da Extremadura, María Guardiola.

Nascida na cidade de KirnNahe, na Alemanha, em 1936, Helga de Alvear estudou na Escola Salem, perto do Lago de Constança, e posteriormente em Lausana e Genebra, na Suíça, prosseguindo os estudos em Londres.

Em 1957, Alvear viajou para Espanha para aprender espanhol e conheceu o arquiteto Jaime de Alvear, com quem se casou em 1959 e fixou residência em Madrid. Foi na década de 1960 que entrou em contacto com artistas do grupo de Cuenca e do grupo de El Passo, interessando-se cada vez mais pelo panorama artístico espanhol, começando a trabalhar na década seguinte na Galeria Juana Mordo, assumindo a direção em 1984, após a morte da galerista.

Em 1995, De Alvear decidiu dar uma viragem na sua carreira, abrindo uma nova galeria com o seu próprio nome num espaço de mais de 900 metros quadrados junto ao Museu Reina Sofía, com especial ênfase na fotografia, no vídeo e na instalação, numa altura em que estes meios eram praticamente desconhecidos em Espanha.

A primeira antologia do artista Carlos Bunga em Espanha começou por ser apresentada no Centro de Arte Bombas Gens, em Valência, com obras inéditas e também criadas especificamente para aquele museu, onde esteve exposto de fevereiro a outubro de 2023.

Em Cáceres, a mostra inclui obras da Coleção de Arte Helga de Alvear, e apresenta trabalhos especialmente produzidos para a exposição, bem como uma peça monumental 'site-specific' também criada expressamente para este espaço museológico, segundo a galeria portuguesa Vera Cortês. As peças percorrem o início da sua carreira até à atualidade, incluindo desenho, pintura, colagem, vídeo, performance e escultura, algumas das quais nunca antes expostas.

"Performar a natureza" ficará em Cáceres até 12 de maio.

Carlos Bunga, nascido no Porto, em 1976, e a viver atualmente em Barcelona, desenvolve uma obra de intervenções em lugares escolhidos previamente, que modifica através de materiais do quotidiano como papelão, tinta e fita adesiva. O seu trabalho é reconhecido pelas instalações de grandes dimensões, elaboradas como estruturas arquitetónicas que muitas vezes destrói em performances, ou até mesmo antes da abertura da própria exposição.

O trabalho de Bunga tem sido exposto em museus e centros de arte internacionais como o Museu de Serralves, no Porto (2012), o Museu Universitário de Arte Contemporânea, na Cidade do México (2013), o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa (2019), a Whitechapel Gallery, em Londres (2020), e o Museu Nacional Rainha Sofia (2022), entre outros.

Carlos Bunga formou-se na Escola Superior de Artes e Design (ESAD), nas Caldas da Rainha, estudou também em Nova Iorque, e venceu o prémio EDP Novos Artistas em 2003.